quinta-feira, 21 de abril de 2016

O trunfo que Dilma guarda: propor diretas, já

Ricardo Noblat
Ao impeachment, que teima em chamar de golpe, Dilma deverá contrapor, em breve, uma emenda à Constituição reduzindo em dois anos seu mandato para que em outubro próximo seja eleito um novo presidente.
É isso o que o PT e Lula estão cobrando dela. É isso o que ele já ouviu como conselho de ministros e amigos. É o que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, já sugeriu mais de uma vez.
O vice-presidente Michel Temer sabe que Dilma poderá ceder às pressões e enviar a emenda ao Congresso. Por isso, autorizou o senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, a tratá-la desde já como um golpe.
Temer receia que a emenda sirva para dividir a oposição ao governo que apoiou a aprovação do impeachment na Câmara dos Deputados e que garante que fará a mesma coisa quando ele for votado no Senado.
O PSDB do senador Aécio Neves (MG), por exemplo, seria capaz de ao impeachment preferir as diretas, já. Aécio imagina que teria chances de vencê-la até mesmo contra Lula.
A REDE da candidata a presidente Marina Silva, que aparece nas pesquisas como o único nome, hoje, capaz de derrotar Lula, lançou a campanha “Nem Dilma, nem Temer”. Certamente apoiaria as diretas, já.
Quanto ao PT, seus principais líderes concordam que a ideia da emenda seria uma maneira de o mandato de Dilma ser abreviado sem que ela fique tão mal quanto ficará caso o impeachment se consuma.
De resto, o PT considera que assim poderá até sonhar com uma vitória caso Lula se convença a disputar a eleição. Caso, também, ele não seja preso pela Lava-Jato ou por ordem do Supremo Tribunal Federal.
Para que a proposta de diretas, já, possa tramitar no Congresso, Temer terá de estar de acordo com a redução do seu mandato de vice em dois anos. Mas ele que arcasse com o eventual desgaste de dizer que não concorda.
Diretas já, o trunfo de Dilma (Foto: Arquivo Google)

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