terça-feira, 12 de abril de 2016

Paróquia São Pedro, de Brasília, entrou na mira da maior operação anti-corrupção do Brasil

“Precisamos verificar se há algum tipo de influência de pessoas dessa paróquia nas campanhas eleitorais de Gim Argello”, afirmou o Procurador responsável pela operação
Paróquia São Pedro
Foto: Wikimapia
Na sua 28ª fase, a maior operação de “limpeza” da corrupção da política brasileira, a assim chamada Operação Lava Jato, a polícia Federal prendeu hoje um ex-senador, Gim Argello, e colocou na mira de investigações também uma paróquia da capital.
Segundo o procurador Carlos Fernando Santos de Lima, em entrevista coletiva na manhã de hoje, as investigações que tiveram como base para essa operação foram delações e colaborações realizadas por executivos da ODC que revelaram a existência de pagamento de propina para um senador da república para que evitasse o chamamento na CPI da Petrobrás.
“O uso do poder, o exercício do poder, seja por qual partido for, tem gerado corrupção, e ela tem como finalidade suprir o caixa de campanhas políticas”, afirmou o procurador, e disparou “A conclusão que nós chegamos é que o sistema político partidário no país está apodrecido pelo abuso do poder econômico”.
Nessa fase emergiu que R$350 mil reais foram pagos para a conta de uma Paróquia, São Pedro, em Taguatinga, Brasília, conhecida por organizar o evento de Pentecostes que reúne milhares de pessoas todos os anos.
Disse o procurador Athayde Ribeiro Costa que as atitudes do ex-senador preso “Trata-se de uma corrupção qualificada, um mega corrupção”.
A ligação com a paróquia de Brasília deu-se a partir de dados obtidos por celulares, nos quais identificaram o pagamento para a paróquia São Pedro, que sempre foi frequentada por Gim Argello.
Segundo o delegado Igor Romário de Paula a Lava Jato vai investigar se a Paróquia São Pedro usou o dinheiro doado pela OAS a pedido do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Desconfia-se que a Igreja tenha sido usada como canal.
Segundo o delegado não se afirma ainda que “seja um canal, porque a gente ainda não fechou o outro lado. Mas é mais do que uma suspeita”.
Por fim, disse o procurador, “A paróquia e os partidos são objeto de investigação ainda. Nesses momentos temos esses fatos. Esses valores, pagamentos de propina, são oriundos de obra da Petrobrás. Esses valores foram pagos para essa Paróquia e vários partidos. Parece que o esquema de travestir propinas na forma de doações formalmente legais já existe e existe ali há muito tempo. Não há nenhuma afirmação de que não existam nenhuma culpa dessas pessoas, mas ainda estamos nos reservando a aprofundar essas informações”.
“Os fatos envolvendo a paróquia são pedro estão sob investigação. Uma paróquia é muito suscetível a ser usada como fonte de dinheiro em espécie, porque recebe muitas doações. Portanto, devemos investigar se esse pagamento em dinheiro é uma contra partida que pode indicar lavagem de dinheiro. Existem outras formas de pagamentos de serviço pela paróquia. Não é porque é uma Igreja católica que não vamos aprofundar as investigações. Qualquer denominação religiosa exerce poder sobre pessoas. Precisamos verificar se há algum tipo de influencia de pessoas dessa paróquia nas campanhas eleitorais de Gim Argello”, afirmou o Procurador.
A paróquia não estranhou receber esse valor na própria conta?, perguntou uma jornalista ao que foi respondido que “O MPF expediu ofício à paróquia São Pedro para questioná-los sobre eventuais recursos que tenham inferidos de outras empreiteiras”. Zenit

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