sábado, 9 de abril de 2016

Sacramento da penitência e da reconciliação

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Cristo confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico.
Apesar do Batismo nos dar uma vida nova, sabemos que ele não suprime a fragilidade da natureza humana.
Apesar do Batismo nos dar uma vida nova, sabemos que ele não suprime a fragilidade da natureza humana.

Por Pe. André Gustavo de Sousa*

Caro internauta, estamos vivendo o ano jubilar da Misericórdia e durante alguns meses nos dedicaremos a refletir sobre o sacramento da Reconciliação. Iluminados pelo Catecismo da Igreja Católica, nos parágrafos 1421-1498, recomendo a você uma leitura aprofundada para recordar e atualizar o que já aprendeu desde a catequese sobre o sacramento de cura, chamado de Penitência ou Reconciliação e melhor celebrar a misericórdia de Deus nesta festa do Perdão.

O Catecismo nos ensina que o sacramento da Penitência é a continuidade, na força do Espírito Santo, da obra de cura e salvação de Jesus Cristo, e quem se aproxima deste sacramento pela misericórdia divina obtém o perdão e é reconciliado com Deus e com a Igreja.

Ele pode também ser chamado de sacramento da Conversão (pois voltamos para “casa”, para o abraço do Pai), de Penitência (pois exige de nós esforço pessoal e eclesial de conversão), de Confissão (dos pecados e da misericórdia de Deus), Perdão, Reconciliação (pois nele nos encontramos com o Amor que reconcilia).

Apesar do Batismo nos dar uma vida nova, sabemos que ele não suprime a fragilidade, a fraqueza da natureza humana inclinada ao pecado, o que chamamos de concupiscência, e por isso muitas vezes cedemos a esta inclinação para o mal e acabamos pecando. Assim, a misericórdia divina nos oferece a oportunidade de conversão, restaurando a santidade e reconduzindo-nos ao caminho da vida eterna através do sacramento do perdão.

Sabemos que a Igreja (que somos nós) é santa e pecadora, e por isso tem necessidade de purificar-se se deixando atrair pela graça e respondendo ao amor misericordioso de Deus.

No sacramento da Reconciliação, somos convidados a reorientar nossa vida para Deus, de todo coração, a romper com o pecado e mudar de vida. A conversão é obra da graça. Deus chega antes em nosso coração e nos dá força para começar de novo: o Espírito Santo nos dá a graça do arrependimento e da conversão.

A Igreja é o sinal e instrumento do perdão e da reconciliação. Cristo confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico (aos bispos e seus colaboradores, os presbíteros). Temos, pois, a graça de nos aproximar desse sacramento após um profundo exame de consciência e sincero arrependimento contando com a mediação da Igreja, que na pessoa do ministro ordenado, agindo na pessoa de Cristo, escuta nossa confissão e nos reintegra, nós pecadores, à comunidade, reconciliando-nos com Deus e com os irmãos e irmãs. “Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus.” (Mt 16,19)


ArqRio, 10-02-2016.

*Pe. André Gustavo de Sousa: Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Aparecida.

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