sexta-feira, 8 de abril de 2016

Vaticano: Papa assina «A Alegria do Amor», após Sínodo sobre a Família

Agência Ecclesia 08 de Abril de 2016, às 11:00        
Documento com 325 pontos retrata «complexidade» dos temas e aponta a soluções atentas à realidade de cada local

Cidade do Vaticano, 08 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco publicou hoje a exortação apostólica com as conclusões do Sínodo da Família, sublinhando a “complexidade” dos temas abordados, para os quais são necessárias soluções atentas à realidade de cada local.

"Na Igreja, é necessária uma unidade de doutrina e práxis, mas isto não impede que existam maneiras diferentes de interpretar alguns aspetos da doutrina ou algumas consequências que decorrem dela", escreve, num documento que tem como título ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor).

O Papa observa que a intenção deste texto não é encerrar o debate, sublinhando que “nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através de intervenções magisteriais”.

“Além disso, em cada país ou região, é possível buscar soluções mais inculturadas, atentas às tradições e aos desafios locais”, acrescenta.

Os temas da família estiveram no centro de duas assembleias do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2014 e 2015, por decisão de Francisco, antecedidas por inquéritos enviados às dioceses católicas de todo o mundo.

“A complexidade dos temas tratados mostrou-nos a necessidade de continuar a aprofundar, com liberdade, algumas questões doutrinais, morais, espirituais e pastorais”, refere agora o Papa.

Nesse sentido, o pontífice argentino sustenta que as diferentes comunidades “deverão elaborar propostas mais práticas e eficazes, que tenham em conta tanto a doutrina da Igreja como as necessidades e desafios locais”.

A exortação apostólica pós-sinodal, "sobre o amor na família", recolhe os resultados das duas assembleias de bispos, citando os seus relatórios, juntamente com documentos e ensinamentos dos Papas precedentes e as numerosas catequeses sobre a família do próprio Francisco.

À imagem do que fez noutros documentos magisteriais, o Papa recorre também a contributos de diversas Conferências episcopais de todo o mundo e a citações de personalidades como Martin Luther King ou Erich Fromm.

O texto está dividido em nove capítulos, num total de 325 pontos.

Sem entrar nas questões dogmáticas definidas pelo magistério da Igreja, o Papa afirma que é necessário sair da contraposição entre o desejo de mudar por mudar e a aplicação pura e simples de regras abstratas.

“Os debates, que têm lugar nos meios de comunicação ou em publicações - e mesmo entre ministros da Igreja - estendem-se desde o desejo desenfreado de mudar tudo sem suficiente reflexão ou fundamentação até à atitude que pretende resolver tudo através da aplicação de normas gerais”, adverte.

OC

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