Entrevista aos parentes dos dois líderes opositores presos que nesta quarta-feira cumprimentaram o Papa Francisco
Leopoldo López Gil, pai de Leopoldo Mendoza, líder da oposição venezuelana mantido na prisão militar de Ramo Verde, foda de Caracas, há dois anos e Vanessa Ledesma, a filha maior do governador de Caracas, Antonio Ledesma, que está preso desde o passado 29 de fevereiro de 2015, cumprimentaram o Papa Francisco al finalizar a audiência de hoje.
“O Papa nos deu a sua benção e nos prometeu orações por Venezuela. Nos emociaonamos ao sentir essa gentileza que se vê no seu rosto”, indicou Leopoldo López Gil. “O seu olhar disse muito e me apertou a mão forte”, acrescentou Vanesa Ledesma que esclareceu: “foi uma saudação breve mas como dizendo tenham confiança que tudo será arrumado”, indicaram a ZENIT.
E depois da audiência o secretário de Estado da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin, lhes assegurou a disposição da Igreja na Venezuela para que seja mediadora na crise que atravessa o país. “Agradecemos ao cardeal – indicou Leopoldo López Gil – pela sua atenção ao caso da Venezuela e nos foi possível explicar-lhe a outra cara da moeda que não é a versão oficial”. E sobre o que o Papa escreveu ao presidente Maduro, “o cardeal garantiu que existe a possibilidade de uma mediação por parte da Igreja para que se comece um diálogo entre as partes e salvar a situação nacional que já tem aspectos de uma crise de caráter humanitário”, acrescentou.
Leopoldo López Gil lamentou também que o Governo tenha bloqueado a chegada de remédios que os venezuelanos no exterior juntaram e enviaram ao seu país através de organismos como a Cáritas. E garantiu: “O nível de violência desencadeado é enorme, com roubos a mercados de alimentos, devido ao desespero das pessoas”.
Questionados sobre por que eles garantem que os seus parentes são presos políticos e não comuns, Leopoldo López Gil declarou que o seu filho “foi julgado depois de um ano e meio, em um processo durante o que qual não lhe foi permitido apresentar nenhuma prova, nem testemunha, nem perito”, mas somente “as provas eram apresentadas pela acusação”. E garantiu: muito além do político ou não, não é possível dizer que houve um juízo imparcial”.
Já Vannesa Ledesma destacou que o seu pai “depois de um ano de espera depois da sua prisão foi julgado por conspirar contra a nação, por ter assinado um acordo público com outros líderes no qual indicava que as políticas de governo não eram democráticas e na qual deram várias opções para sair da crise da Venezuela. Por isso querem que esteja na prisão por 16 anos”. Culparam-no também de querer assassinar, disse, o que é falso e manipulado, “ao ponto de que a ONU pediu a imediata libertação de Ledesma”.
Sobre a coleta das 200 mil assinaturas necessárias segundo a lei para solicitar que se convoque um referendo, Leopoldo López gil destacou como significativo que o primeiro dia tenham coletado um milhão de assinaturas, o que abre a porta para uma segunda coleta que leve a um referendo popular, o que obrigaria o presidente Maduro a renunciar e ao vice-presidente a convocar as eleições.
O padre do líder opositor preso, acrescentou que o Governo já nomeou uma comissão para analisar as assinaturas, que não é o Conselho Nacional Eleitoral como indicado pela lei e que tal comissão está a cargo de um homem de Maduro, que foi desqualificado anteriormente. Zenit
Nenhum comentário:
Postar um comentário