quarta-feira, 4 de maio de 2016

Cardeal Parolín: a Igreja na Venezuela está disposta a ser mediadora

Entrevista aos parentes dos dois líderes opositores presos que nesta quarta-feira cumprimentaram o Papa Francisco
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El Papa Saluda A Leopoldo López Después De La Audiencia General (Foto Cortesía Marinellys)
Leopoldo López Gil, pai de Leopoldo Mendoza, líder da oposição venezuelana mantido na prisão militar de Ramo Verde, foda de Caracas, há dois anos e Vanessa Ledesma, a filha maior do governador de Caracas, Antonio Ledesma, que está preso desde o passado 29 de fevereiro de 2015, cumprimentaram o Papa Francisco al finalizar a audiência de hoje.
“O Papa nos deu a sua benção e nos prometeu orações por Venezuela. Nos emociaonamos ao sentir essa gentileza que se vê no seu rosto”, indicou Leopoldo López Gil. “O seu olhar disse muito e me apertou a mão forte”, acrescentou Vanesa Ledesma que esclareceu: “foi uma saudação breve mas como dizendo tenham confiança que tudo será arrumado”, indicaram a ZENIT.
E depois da audiência o secretário de Estado da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin, lhes assegurou a disposição da Igreja na Venezuela para que seja mediadora na crise que atravessa o país. “Agradecemos ao cardeal – indicou Leopoldo López Gil – pela sua atenção ao caso da Venezuela e nos foi possível explicar-lhe a outra cara da moeda que não é a versão oficial”. E sobre o que o Papa escreveu ao presidente Maduro, “o cardeal garantiu que existe a possibilidade de uma mediação por parte da Igreja para que se comece um diálogo entre as partes e salvar a situação nacional que já tem aspectos de uma crise de caráter humanitário”, acrescentou.
Leopoldo López Gil lamentou também que o Governo tenha bloqueado a chegada de remédios que os venezuelanos no exterior juntaram e enviaram ao seu país através de organismos como a Cáritas. E garantiu: “O nível de violência desencadeado é enorme, com roubos a mercados de alimentos, devido ao desespero das pessoas”.
Questionados sobre por que eles garantem que os seus parentes são presos políticos e não comuns, Leopoldo López Gil declarou que o seu filho “foi julgado depois de um ano e meio, em um processo durante o que qual não lhe foi permitido apresentar nenhuma prova, nem testemunha, nem perito”, mas somente “as provas eram apresentadas pela acusação”. E garantiu: muito além do político ou não, não é possível dizer que houve um juízo imparcial”.
Já Vannesa Ledesma destacou que o seu pai “depois de um ano de espera depois da sua prisão foi julgado por conspirar contra a nação, por ter assinado um acordo público com outros líderes no qual indicava que as políticas de governo não eram democráticas e na qual deram várias opções para sair da crise da Venezuela. Por isso querem que esteja na prisão por 16 anos”. Culparam-no também de querer assassinar, disse, o que é falso e manipulado, “ao ponto de que a ONU pediu a imediata libertação de Ledesma”.
Sobre a coleta das 200 mil assinaturas necessárias segundo a lei para solicitar que se convoque um referendo, Leopoldo López gil destacou como significativo que o primeiro dia tenham coletado um milhão de assinaturas, o que abre a porta para uma segunda coleta que leve a um referendo popular, o que obrigaria o presidente Maduro a renunciar e ao vice-presidente a convocar as eleições.
O padre do líder opositor preso, acrescentou que o Governo já nomeou uma comissão para analisar as assinaturas, que não é o Conselho Nacional Eleitoral como indicado pela lei e que tal comissão está a cargo de um homem de Maduro, que foi desqualificado anteriormente. Zenit

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