Estratégias coordenadas combinarão estímulos fiscais e políticas monetárias.
Países também destacaram os 'movimentos de migrantes em larga escala'.
Os líderes do G7 se comprometeram nesta sexta-feira (27) a aplicar estratégias econômicas coordenadas "mais dinâmicas e equilibradas", que combinarão estímulos fiscais, políticas monetárias e reformas estruturais, e alertaram sobre os riscos que a saída do Reino Unido da União Europeia poderia causar.
Os chefes de governo de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e da União Europeia adotaram o compromisso em declaração conjunta apresentada no segundo e último dia da cúpula, realizada no parque natural de Ise-Shima, no Japão.
Diante do "aumento dos riscos" em torno da economia global, o G7 aposta em "fortalecer as políticas econômicas de forma cooperativa, empregando um conjunto de medidas mais dinâmico e equilibrado, com vistas a conseguir rapidamente um padrão de crescimento firme e sustentável", segundo o documento.
líderes alertaram sobre a piora da situação econômica global, devido a fatores como a "fraqueza da demanda e os problemas econômicos que não foram resolvidos", assim como a outros "não econômicos", como "a escalada de conflitos geopolíticos, o terrorismo e os fluxos de refugiados".
Além disso, os chefes de governo do G7 assinalaram que a eventual saída do Reino Unido da União Europeia "reverteria a tendência rumo a um maior comércio global" e significaria "riscos para a criação de emprego e para o crescimento", em alusão ao referendo sobre a permanência na UE que o país europeu realizará em 23 de junho.
"Reforçamos a resistência de nossas economias para evitar cair em outras crises e, com este fim, nos comprometemos a aumentar os esforços para enfrentar a atual situação econômica tomando todas as políticas adequadas no momento preciso", diz o texto.
Políticas monetárias, fiscais e estruturais
Em linha com o estipulado pelos ministros de Finanças do G7, que se reuniram no fim de semana passado em Sendai, a declaração enfatiza a necessidade de "utilizar todas as ferramentas políticas disponíveis - monetárias, fiscais e estruturais -, de forma individual e coletiva".
Os líderes defenderam, em particular, "políticas fiscais e de gastos públicos tão favoráveis ao crescimento como for possível, incluindo dar a prioridade aos gastos em favor de investimentos de alta qualidade".
Os chefes de governo do G7 citaram áreas concretas como "meio ambiente, energia, economia digital, desenvolvimento de recursos humanos, educação, ciência e tecnologia".
Mercado de trabalho e crise migratória
Além disso, os líderes insistiram na necessidade de "avançar em reformas estruturais para fortalecer o crescimento e a produtividade" e acrescentaram que "as reformas no mercado de trabalho seguem sendo necessárias" em algumas economias.
Entre outros pontos, os responsáveis do G7 destacaram a necessidade de "melhorar a participação das mulheres, dos jovens e dos idosos no mercado de trabalho" e "a qualidade do emprego".
Eles discutiram também a crise migratória enfrentada pela Europa atualmente. "O G7 reconhece que os movimentos de migrantes em larga escala representam um desafio mundial, que requer uma resposta mundial", segundo a declaração final.
Cúpula do G7
Participam do encontro Barack Obama, presidente dos Estados Unidos; David Cameron, primeiro-ministro britânico; François Hollande, presidente da França; Angela Merkel, chanceler alemã; Shinzo Abe, primeiro-ministrio japonês; Matteo Rendiz, presidente do Conselho Europeu e primeiro-ministro italiano; Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense; e Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.
A cúpula foi criada em 1975, devido à queda livre do preço do petróleo, e os líderes debatem temas como o desempenho da economia mundial, testes nucleares e de mísseis, terrorismo e refugiados, entre outros.
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