| domtotal.coMetrópole deve gerir impacto ambiental e consumo de recursos para o crescimento.
Frankfurt é considerada cidade mais sustentável do mundo por vários institutos
Por Rafael Burlani*
As cidades são organizações sociais estruturadas em um formato ecossistêmico (é a segunda natureza). Foram concebidas artificialmente a partir de uma evolução cultural no contexto da melhoria da qualidade de vida. Nas grandes cidades, problema permanente é a qualidade do ambiente in natura, pois, pressionado pela falta de gestão ambiental, esgotado na prestação dos serviços ambientais e no fornecimento de recursos naturais, reclama soluções em todas as searas do conhecimento. É sabido que – frente a uma análise sustentável – são reconhecidas três problemáticas que definem o grau de esgotamento imposto por uma grande cidade ao seu meio ambiente natural: o impacto ambiental de suas feições, o uso de energia e o consumo de água (entendidos o abastecimento e o saneamento básico).
Do impacto ambiental decorrente da vida em uma grande cidade, independente de sua vocação econômica, dois aspectos são evidentes – não únicos -, a ocupação desordenada e a gestão dos resíduos sólidos. O primeiro, reflete o descaso, em especial, da gestão municipal em trabalhar em prol da organização e ordenação das cidades. É muito claro que a solução para a ocupação desordenada, passa pelo uso das tecnologias disponíveis, compromisso legítimo com a solução do problema, conhecimento sobre a matéria e gestão sistêmica.
Em relação ao segundo, a destinação final ainda é uma grande equação que espera uma boa resolução, sabe-se que os aterros sanitários em sua grande maioria possuem desempenho precário, de todo modo, nas atividades de uso e descarte de material, têm-se, portanto, um significativo espaço para melhorias. Na questão da energia, o desperdício e a vulnerabilidade do sistema público colocam em risco o abastecimento e a qualidade do produto recebido. São necessárias cidades autossuficientes em termos energéticos. É inconcebível o exercício da totalidade das funções das grandes cidades sem que estas tenham domínio sobre a geração e o consumo de sua energia. É preciso ousar na mudança do paradigma. Começar a desenhar um modelo potencial já seria uma grande evolução. No âmbito da água, toda e qualquer crise no uso deste recurso coloca em absoluto risco a cultura socioeconômica desenvolvida no contorno do capitalismo sustentável, a água é o bem ambiental raiz de todo o processo de sustentabilidade das grandes cidades e de qualquer proposta em que se pretenda o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Deste contexto apresentado, o equilíbrio entre a primeira natureza (ambiente natural) e a segunda natureza (ambiente artificial) transita na pegada cultural (ambiente cultural), no arranjo de uma estratégia sustentável (incluída a normativa e a política) em como será sistematizada uma gestão ambiental capaz de oferecer soluções inovadoras e portadoras de novas tecnologias que venham em defesa do meio ambiente natural. Diminuir a pressão sobre o ambiente natural nas grandes cidades é problemática emergente e urgente.
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