Agência Ecclesia 25 de Junho de 2016, às 15:53
(Lusa)
D. António Couto alerta para consequências dos «egoísmos»
Lamego, Viseu, 25 jun 2016 (Ecclesia) – O bispo de Lamego alertou hoje para as possíveis consequências da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), falando numa “população extremamente envelhecida” cada vez mais “fechada sobre si”.
“Uma Europa assim não tem futuro”, defendeu D. António Couto, em declarações à Agência ECCLESIA.
O responsável considerou que no debate sobre a permanência dos Estados-membros na UE, como aconteceu no chamado Brexit, há “ambições pessoais” em termos políticos que por vezes “se sobrepõem ao interesse das populações”.
“É evidente que a União Europeia é hoje um conjunto alargado de populações, que têm problemas específicos graves e sérios, sobretudo naquilo que diz respeito à integração de pessoas vindas de fora”, precisou o bispo de Lamego.
D. António Couto recordou a atual crise demográfica na Europa, referindo que, “se nada for modificado”, esta terá metade da população em poucas décadas.
O responsável mostrou-se “espantado” com a polémica gerada em volta da chegada de migrantes e refugiados, com propostas de “impedimento, quase de fechamento de fronteiras”.
“Nós não podemos fechar fronteiras se queremos que a União Europeia não morra, que o nosso mundo não morra”, declarou.
Para o bispo de Lamego, “trata-se de salvar um espaço que sempre foi uma cultura impressionante no mundo, que teve sempre um peso muito grande”.
D. António Couto manifestou o receio de que os “egoísmos” levem a Europa num “plano inclinado” rumo ao “abismo”.
Os eleitores da Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales decidiram na quinta-feira que o Reino Unido vai sair da União Europeia, depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a intenção de se demitir em outubro, na sequência do resultado.
O Papa disse esta sexta-feira que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia implica uma “grande responsabilidade” para assegurar o bem da nação e também o “bem e a convivência” no continente.
HM/OC
Nenhum comentário:
Postar um comentário