segunda-feira, 13 de junho de 2016

domtotal.com Chacina em meio à cruzada anti-homossexual Atirador jurou lealdade ao Estado Islâmico em ligação ao 911 antes de iniciar o massacre. Apesar do ataque, a Parada Gay ocorreu na Filadélfia. Apesar do ataque, a Parada Gay ocorreu na Filadélfia. O massacre em uma discoteca LGBT em Orlando cometido por um americano de origem afegã acontece no contexto de uma crescente série de medidas contra os homossexuais nos Estados Unidos. Horas depois da matança na boate Pulse, a polícia prendeu James Howell, 20 anos, e fortemente armado e que pretendia atacar a Parada Gay de Los Angeles. Os dois casos, aparentemente sem vínculos, acontecem em meio a um clima cada vez mais anti-homossexual, que teve início há um ano. Em 26 de junho de 2015, a Suprema Corte americana legalizou o matrimônio homossexual, uma decisão histórica que desagradou a milhões de americanos conservadores. O movimento conservador adotou uma tática que também utiliza contra o aborto: tentar a abertura de novos caminhos através das legislaturas locais, apelando aos grandes princípios da liberdade religiosa. Esta estratégia se cristalizou recentemente em um caso envolvendo pessoas transgêneros, que representam uma ínfima porção da população, mas que estão solidamente associadas ao âmbito homossexual pelo termo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e trans). Em vários estados, em sua maioria governados pelo Partido Republicano, conservadores litigam ante a justiça contra o governo de Barack Obama sobre a questão sobre que banheiro (masculino ou feminino) devem ser usados pelas pessoas transgênero. Reações Ainda há muitas perguntas a serem respondidas a respeito do tiroteio que matou 50 pessoas e feriu 53, em sua maioria homossexuais, na madrugada deste domingo na boate de Orlando. O atirador, Omar Mateen, 29 anos, um cidadão americano com família afegã, jurou lealdade ao grupo radical Estado Islâmico (EI) em uma ligação ao 911 antes de dar início à chacina, segundo o FBI. Mas, de acordo com declarações de seu próprio pai à cadeia NBC, Mateen teria problemas com homossexuais, como expressou ao ficar furioso por ver dois homens se beijarem diante de sua mulher e seu filho. "Isso foi um ato de terror e de ódio ", declarou o presidente Barack Obama. Mas funcionários republicanos que reagiram ao ataque parecem descartar a hipótese do ódio contra os gays e, em compensação, privilegiar a do atentado jihadista. Sem dúvida temem ser vistos como responsáveis por ter contribuído para um venenoso clima anti-homossexual. Essas críticas ganham destaque depois de um atentado no final de novembro de 2015 contra um centro federal de planejamento familiar no Colorado. Esse ataque se seguiu à violenta controvérsia suscitada pela difusão de um vídeo que supostamente mostrava a venda de tecido fetal pelos funcionário do centro. Doação de sangue Líderes conservadores têm insistido nos últimos meses que as normas governamentais contra a discriminação contra pessoas transgênero buscam "introduzir homens nos banheiros das meninas", um perigo de fato aventado por inúmeras associações e especialistas. "Não quero nunca mais ouvir que as pessoas LGBT nos banheiros públicos são uma ameaça à saúde pública", afirmou neste domingo Jeremy Moss, um legislador estatal de Michigan e homossexual declarado. Michelangelo Signorile, famoso militante dos direitos homossexuais nos Estados Unidos, escreveu em um artigo de opinião que o tiroteio de Orlando é uma "recordação do perigo iminente em que ainda vive a comunidade LGBT". O vice-governador do Texas, Dan Patrick, ponta de lança da luta contra os direitos dos LGBT, postou no Twitter um versículo da Bíblia: "Não vos enganeis: Deus não se permite zombar. Portanto, tudo o que o ser humano semear, isso também colherá! ". O tuíte foi imediatamente interpretado como uma tentativa de atribuir a culpa dos atentados aos gays. Um assessor de Patrick disse a um jornal texano que o tuíte estava pré-programado e que não tinha relação com o tiroteio. Diante da indignação que o texto provocou, Patrick rapidamente deletou o comentário. Horas depois do massacre, um homem foi detido na posse de um arsenal em Los Angeles. As autoridades informaram que "queria ferir" o desfile do Orgulho Gay. Mas estes não são os primeiros atos de violência contra a comunidade homossexual nos Estados Unidos. Eric Rudolph, autor do atentado nos Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta, havia anteriormente colocado uma bomba em um bar lésbico nessa cidade, e feriu cinco pessoas. Depois do atentado em Orlando, as autoridades pediram que os habitantes doem sangue. Mas mesmo este gesto, comum depois de uma tragédia, é proibido aos homossexuais devido a regras rígidas da FDA, a agência americana de alimentos e medicamentos. "Isso é a intolerância", lamentou Signorile. AFP

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Atirador jurou lealdade ao Estado Islâmico em ligação ao 911 antes de iniciar o massacre.
Apesar do ataque, a Parada Gay ocorreu na Filadélfia.
Apesar do ataque, a Parada Gay ocorreu na Filadélfia.

O massacre em uma discoteca LGBT em Orlando cometido por um americano de origem afegã acontece no contexto de uma crescente série de medidas contra os homossexuais nos Estados Unidos.

Horas depois da matança na boate Pulse, a polícia prendeu James Howell, 20 anos, e fortemente armado e que pretendia atacar a Parada Gay de Los Angeles.

Os dois casos, aparentemente sem vínculos, acontecem em meio a um clima cada vez mais anti-homossexual, que teve início há um ano.

Em 26 de junho de 2015, a Suprema Corte americana legalizou o matrimônio homossexual, uma decisão histórica que desagradou a milhões de americanos conservadores.

O movimento conservador adotou uma tática que também utiliza contra o aborto: tentar a abertura de novos caminhos através das legislaturas locais, apelando aos grandes princípios da liberdade religiosa.

Esta estratégia se cristalizou recentemente em um caso envolvendo pessoas transgêneros, que representam uma ínfima porção da população, mas que estão solidamente associadas ao âmbito homossexual pelo termo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e trans).

Em vários estados, em sua maioria governados pelo Partido Republicano, conservadores litigam ante a justiça contra o governo de Barack Obama sobre a questão sobre que banheiro (masculino ou feminino) devem ser usados pelas pessoas transgênero.

Reações

Ainda há muitas perguntas a serem respondidas a respeito do tiroteio que matou 50 pessoas e feriu 53, em sua maioria homossexuais, na madrugada deste domingo na boate de Orlando.

O atirador, Omar Mateen, 29 anos, um cidadão americano com família afegã, jurou lealdade ao grupo radical Estado Islâmico (EI) em uma ligação ao 911 antes de dar início à chacina, segundo o FBI.

Mas, de acordo com declarações de seu próprio pai à cadeia NBC, Mateen teria problemas com homossexuais, como expressou ao ficar furioso por ver dois homens se beijarem diante de sua mulher e seu filho.

"Isso foi um ato de terror e de ódio ", declarou o presidente Barack Obama.

Mas funcionários republicanos que reagiram ao ataque parecem descartar a hipótese do ódio contra os gays e, em compensação, privilegiar a do atentado jihadista.

Sem dúvida temem ser vistos como responsáveis por ter contribuído para um venenoso clima anti-homossexual.

Essas críticas ganham destaque depois de um atentado no final de novembro de 2015 contra um centro federal de planejamento familiar no Colorado.

Esse ataque se seguiu à violenta controvérsia suscitada pela difusão de um vídeo que supostamente mostrava a venda de tecido fetal pelos funcionário do centro.

Doação de sangue

Líderes conservadores têm insistido nos últimos meses que as normas governamentais contra a discriminação contra pessoas transgênero buscam "introduzir homens nos banheiros das meninas", um perigo de fato aventado por inúmeras associações e especialistas.

"Não quero nunca mais ouvir que as pessoas LGBT nos banheiros públicos são uma ameaça à saúde pública", afirmou neste domingo Jeremy Moss, um legislador estatal de Michigan e homossexual declarado.

Michelangelo Signorile, famoso militante dos direitos homossexuais nos Estados Unidos, escreveu em um artigo de opinião que o tiroteio de Orlando é uma "recordação do perigo iminente em que ainda vive a comunidade LGBT".

O vice-governador do Texas, Dan Patrick, ponta de lança da luta contra os direitos dos LGBT, postou no Twitter um versículo da Bíblia: "Não vos enganeis: Deus não se permite zombar. Portanto, tudo o que o ser humano semear, isso também colherá! ".

O tuíte foi imediatamente interpretado como uma tentativa de atribuir a culpa dos atentados aos gays. Um assessor de Patrick disse a um jornal texano que o tuíte estava pré-programado e que não tinha relação com o tiroteio.

Diante da indignação que o texto provocou, Patrick rapidamente deletou o comentário.

Horas depois do massacre, um homem foi detido na posse de um arsenal em Los Angeles. As autoridades informaram que "queria ferir" o desfile do Orgulho Gay.

Mas estes não são os primeiros atos de violência contra a comunidade homossexual nos Estados Unidos.

Eric Rudolph, autor do atentado nos Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta, havia anteriormente colocado uma bomba em um bar lésbico nessa cidade, e feriu cinco pessoas.

Depois do atentado em Orlando, as autoridades pediram que os habitantes doem sangue.

Mas mesmo este gesto, comum depois de uma tragédia, é proibido aos homossexuais devido a regras rígidas da FDA, a agência americana de alimentos e medicamentos.

"Isso é a intolerância", lamentou Signorile.


AFP

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