terça-feira, 21 de junho de 2016

Governadores fecham acordo com Fazenda sobre dívida dos Estados


Estados tinham feito uma proposta formal de moratória por dois anos
Estados tinham feito uma proposta formal de moratória por dois anos
Os governadores saíram da reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmando que conseguiram fechar um acordo para a suspensão de 100% do pagamento da dívida dos governos estaduais com a União até o fim deste ano. A partir de janeiro de 2017, começaria uma redução gradual de dez pontos porcentuais dos 100% a cada dois meses até zerar o desconto no pagamento da dívida, depois de 18 meses.
Representantes de 25 governos estaduais mais Meirelles agora vão se reunir com o presidente em exercício, Michel Temer, que vai bater o martelo sobre a proposta. 
Os Estados tinham feito uma proposta formal de moratória por dois anos. A primeira proposta do Ministério da Fazenda era de suspensão de 100% dos débitos por um mês e uma queda gradual da carência de 5 pontos porcentuais a cada mês até zerar depois de 18 meses. Os Estados acabaram conseguindo uma carência maior do que a oferecida inicialmente pelo governo.
"Adquirimos as condições de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Com esse recurso, passamos a ter condições de cumprir a lei", disse Raimundo Colombo, do PSD, governador de Santa Catarina. Ele disse que a solução intermediária era bom não só para os Estados como também para o País. "Isso significará, sem dúvida, um alívio para os Estados que poderão utilizar esses recursos", disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). 
Já os 11 Estados que conseguiram liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) vão quitar o valor dos três meses (abril, maio e junho) parcelada em 24 meses a partir de julho. Encontram-se nesta situação Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Sergipe. Esses Estados entraram até o dia 27 com mandados de segurança no STF, que determinaram a suspensão por dois meses do pagamento da dívida para que fosse negociada uma nova metodologia para quitar os débitos, que datam dos anos 90. O prazo dado para que União e Estados se entendessem na disputa em torno da reestruturação das dívidas acaba na próxima segunda, 27.
Outro ponto decidido na reunião de hoje foi sobre o valor da trava do desconto mensal da parcela da dívida em R$ 300 milhões. Isso significa que a carência é de 100%, mas foi fixado um limite do desconto nesse valor. Antes, a proposta era de R$ 160 milhões para o desconto mensal. São Paulo é o mais prejudicado nesse caso porque o Estado paga mensalmente R$ 1,2 bilhão de serviço da dívida por mês. 
Apesar da resistência da equipe econômica por uma carência maior para os Estados, ontem, como informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a ala política do governo já sinalizava que atenderia a esse pleito dos governadores.

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