terça-feira, 23 de agosto de 2016

 domtotal.com
A partilha do Brasil
Muitos nada ganharão, mas aos predadores pode ser dado de uma vez o que querem.
Com isso, espero que nos deixem seguir um destino de paz, honestidade e prosperidade.
Com isso, espero que nos deixem seguir um destino de paz, honestidade e prosperidade.

Por Ricardo Soares*
O Brasil não está morto, mas se querem matá-lo com tanto sanguessuga nele grudado que se faça desde já a partilha. Muitos nada ganharão, porque já nada tem, mas aos gananciosos, aos predadores, aos egoístas e aproveitadores pode ser dado de uma vez o que querem, para que nos deixem seguir um destino de paz, honestidade e prosperidade. Não faço muita ideia de onde possa ser aberto o testamento, mas o local mais propício me parece o nosso Congresso Nacional, Câmara ou Senado, habitat natural de ratos, vampiros e demais usurpadores do dinheiro e da moral pública.

Todas as riquezas naturais, de pré-sal a inscrições rupestres da pré história , podem ser dadas ao vampiro Serra e sua claque, que num festim, regado a vinho derramado por Kátia Abreu e pelos uruguaios no colo do medonho, vão comemorar o butim afastando todas as resmas de alho que lhes colocarem no caminho.

Já todos os fortes, instalações militares, memoriais da tortura e intolerância podem ser presenteados ao careca sinistro da Justiça e sua trupe, cultores da truculência e deseducação, defensores do porte generalizado de armas, dos espíritos armados e espancamento de adolescentes.

Museus e tudo mais que preserve a memória e identidade nacional podem ser dados ao ministro da cultura e sua entourage sempre ocupados com selfies e discussões inócuas sobre coisa alguma. Com o dinheiro auferido dessa venda poderiam migrar de vez para Miami e Cancun.

Testamento aberto, que tal darmos passaportes diplomáticos e cargos de adidos de coisa nenhuma a elementos como Cunha, Renan e alguns desclassificados do Supremo? O destino, lógico, seria a Suiça, terra onde garantem não ter contas e nem interesses.

Por fim reservemos a parte em dinheiro da venda de hospitais e postos de saúde pública ao zeloso ministro da Saúde que com a grana pode montar um plano de assistência médica de sua própria propriedade para monopolizar o atendimento à população brasileira com taxas extorsivas, of course.

E a Temer? o que será reservado a Temer, o magnânimo usurpador? o que ficará da partilha para ele? Ora, o melhor de tudo, o registro perene, eterno e definitivo nos livros de história como o mais pusilânime entre os pusilânimes políticos nacionais, aquele que foi sem nunca ter sido, aquele que não pode ser subtraído pois nunca somou nada que preste. O péssimo construtor de mesóclises, que multiplicou inverdades e dividiu um país. Para ele na partilha do que sobrou fica gravado em mármore a sua cara de pau que nem hordas de cupins serão capazes de devorar.

*Ricardo Soares é diretor de tv, roteirista, escritor e jornalista. Autor de sete livros, dirigiu 12 documentários e inúmeros programas de tv. Escreve às segundas e quintas no DOM TOTAL.

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