quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Carta de Dilma não muda voto no Senado

 por Cristiana Lôbo

A carta divulgada na tarde desta terça-feira (16) pela presidente afastada Dilma Rousseff não muda votos no Senado, onde ela será julgada na semana que vem. Se não perder apoiadores, os defensores do impeachment – 59 na sessão que aprovou a pronúncia – podem chegar a 60 votos, se Renan Calheiros votar. 

O senador Oto Alencar (PSD-BA), votou com Dilma nas duas votações e não revela o voto no julgamento, mas deixou claro que considerou a iniciativa dela "tardia e extemporânea" e que não muda convicções no Senado.

"Minha tendência é manter o voto, até porque uma mudança agora poderia, para os que não me conhecem, parecer uma adesão. Alencar não esconde, no entanto, que ficou muito satisfeito  com a iniciativa do governo Temer de adotar um projeto seu de revitalização do Rio São Francisco. "Minha vida é o rio, e isso mexeu comigo", afirmou.

Enquanto Dilma lia a carta no Palácio da Alvorada, o presidente do PT, Rui Falcão, chegava ao Congresso para uma conversa com senadores do PT. Ele foi ao gabinete de Humberto Costa (PE) que naquele instante ainda não conhecia o teor da carta de Dilma.

Rui Falcão, que criticara a ideia de propor plebiscito sobre eleições diretas, disse que esta era uma posição da Frente Popular, que reúne partidos e centrais sindicais, e que a Constituição não permite que presidente da República convoque plebiscito. Só com o apoio de 28 senadores, um terço do Senado, é que esta proposta poderia prosperar. 

"Infelizmente, até aqui, parece que ela não tem 28 apoiadores", disse Rui Falcão. Na verdade, a afirmação dele é o reconhecimento de que não há como Dilma reverter o cenário no Senado, favorável à aprovação do impeachment.

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