quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Guria de bronze: Mayra cai na semi, se levanta e leva sua 2ª medalha olímpica

Mayra Aguiar beija a bandeira do Brasil no quimono, após ganhar a medalha de bronze
Aos 14 anos, uma menina com espinhas no rosto, sotaque gaúcho carregado e muita força para tão pouca idade surpreendia ao virar titular da seleção brasileira de judô. De 2007 para cá, Mayra Aguiar cresceu, ganhou 10kg, amadureceu e construiu uma respeitadíssima carreira nos tatames. Após o bronze em Londres 2012 e o título mundial em 2014, só lhe faltava o ouro em Jogos Olímpicos. A guria que virou mulher aos olhos de quem acompanha o esporte chegou até a semifinal com duas vitórias tranquilas, mas falhou na missão, ao perder na tarde desta quinta-feira a semifinal do peso-meio-pesado (até 78kg) para a francesa Audrey Tcheumeo. Sempre lutadora, a gaúcha de 24 anos colocou a cabeça no lugar e voltou com tudo para derrotar a cubana Yallenis Castillo, por yuko, na decisão do bronze, na Arena Carioca 2. 

É o segundo pódio olímpico de Mayra, que também amealhou o bronze em Londres 2012, e a terceira medalha do Time Brasil na Olimpíada do Rio, a segunda no judô, após o ouro de Rafaela Silva. A primeira, de prata, veio no tiro esportivo, com Felipe Wu, na pistola de 10m. A láurea de Mayra é a 20ª do judô nacional em Jogos Olímpicos, aumentando a vantagem da arte marcial de origem japonesa na disputa com a vela (17).
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Com uma determinação impressionante, Mayra Aguiar superou sem sustos duas adversárias na manhã desta quinta-feira para se garantir nas semifinal Como era cabeça de chave, ela já estreou nas oitavas de final. E a atual terceira do ranking precisou de apenas 39 segundos para bater por ippon a australiana Miranda Giambelli, número 18. Nas quartas, o duelo foi mais complicado, contra a alemã Laura Malzahn, sétima do ranking. O combate contou com uma grande briga pela pegada. Mayra lutou de forma mais tática e não foi ameaçada. Em uma mistura de necessidade de ganhar ritmo de competição e precaução, a brasileira acabou levando a melhor, após os quatro minutos regulamentares, por conta de uma punição da oponente.

Representante brasileiro no peso-meio-pesado masculino (até 100kg), Rafael Buzacarini começou bem, mas caiu nas oitavas, diante do japonês Ryunosuke Haga, atual campeão mundial.

Nos cinco primeiros dias do judô na Rio 2016, a seleção brasileira conquistou "apenas" o ouro com Rafaela Silva, mas frustrou as grandes expectativas que tinha de medalha com Sarah Menezes (até 48kg), Érika Miranda (até 52kg), Victor Penalber (até 81kg) e Tiago Camilo (até 90kg). Mariana Silva surpreendeu no até 63kg e acabou em quinto.

Mayra sabia muito bem que vencer rapidamente a sua luta de estreia seria importante para poupar forças para o decorrer da competição. Não era pretensão dela imaginar que faria isso facilmente contra a australiana Miranda Giambelli. Isso logo seria comprovado.

A gaúcha começou a sua terceira participação olímpica partindo para cima da australiana Giambelli. De cara, ela conseguiu encaixar um bonito golpe de perna e já somou um wazari. Conectando muito rapidamente com a luta de solo e imobilizou a oponente. A torcida contou junto os 15 segundos necessários para um segundo wazari. Dois wazaris valem um ippon. Vitória arrasadora da gaúcha na estreia.

A luta pelas quartas de final era mais complicada. Mayra entrava como favorita, mas sabia que a troca de pegadas era chata contra a alemã Malzahn. Com grande foco e determinação, a gaúcha demonstrou que tinha mais vontade. Os golpes, porém, não estavam entrando com tanta facilidade. 

O jeito era lutar taticamente até que a oponente europeia se descuidasse na defesa. De tanto forçar, Mayra acabou conseguindo fazer com que Malzahn fosse punida por faltava de combatividade.

A luta entrou no minuto final com a gaúcha na frente. Mayra demonstrou muita frieza, cozinhou o combate e tentou entrar golpes para não ser punida. O que mais vale é vencer. E a brasileira conseguiu o objetivo, sem nem mesmo ser incomodada. Vaga na semifinal!

A disputa entre Mayra e a francesa Audrey Tcheumeo era uma reedição da final do Mundial de 2014, vencida pela brasileira. Tinha tudo para ser uma luta muito dura. No primeiro minuto, as duas apenas ficaram trocando pega, fazendo uma grande força.

Com uma tática um pouco mais agressiva, a europeia acabou conseguindo fazer com que Mayra fosse punida quando faltavam 2m30s. A brasileira estava atrás do placar e em situação difícil. Ela precisava entrar golpes.

Mayra forçou bastante e conseguiu forçar também uma punição da oponente. A luta estava empatada, faltando 45 minutos para o fim do tempo regulamentar. Tensão na Arena Carioca. Para desespero de Mayra e da torcida brasileira, ela acabou sendo punida mais uma vez, agora por usar a própria perna para tirar a pegada da rival e foi derrotada por Tcheumeo. Restava a disputa pelo bronze.

LUTA PELO BRONZE
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Após a dor de perder a semifinal em casa, Mayra teve pouco mais de 20 minutos para se recuperar da decepção e voltou para buscar o bronze contra a cubana Yalenis Castillo. Logo, a gaúcha jogou a rival para o solo e ela caiu de lado: yuko. Rapidamente, Mayra conectou a luta de solo e chegou a imobilizar a oponente. Mas ela não conseguiu segurar muito tempo.

Muito mais forte, Mayra ainda forçou uma punição de Castillo por falta de combatividade. Ela não conseguia sequer pegar no quimono da brasileira. O tempo agora contava a favor de Aguiar. Ela estava com pinta de que não deixaria escapa

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