sábado, 13 de agosto de 2016

O novo batismo

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Peçamos a Jesus que nos renove nesta graça batismal, para vivê-la com consciência.
Jesus não precisa roubar de Deus seu fogo, Eles partilham o mesmo fogo, o Espírito de Amor.
Jesus não precisa roubar de Deus seu fogo, Eles partilham o mesmo fogo, o Espírito de Amor.

Por Maria Cristina Giani*
Evangelho de Lucas 12,49-53

«Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra! Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas, e duas contra três. Ficarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.»

Eis o comentário

A leitura do primeiro versículo de hoje logo me fez lembrar do fogo aceso na pira olímpica dos Jogos Olímpicos que estamos vivendo.

Quanta expectativa se tinha pela chegada desse momento, quem levaria a tocha até o final? Como seria acesa? Como seria o cenário desse momento?... E foi sem dúvida um dos momentos mais bonitos da cerimônia, quando a pequena tocha acende a pira e um sol de fogo e luz parece tomar conta do espaço e do coração de todos os presentes.

Voltando ao evangelho, escutamos as palavras de Jesus: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!”.

Cabe a pergunta, a que fogo Jesus se refere? Sabemos que na antiguidade o fogo tinha um sentido sagrado. O significado do fogo olímpico, por exemplo, é tomado da mitologia grega, a qual afirma que o fogo foi roubado de Zeus (deus dos deuses) por Prometeus, conhecido como o titã defensor dos direitos da humanidade, e entregue aos mortais.

Jesus não precisa roubar de Deus seu fogo, Eles partilham o mesmo fogo, o Espírito de Amor, paixão libertadora e geradora de vida.

Esse é o fogo pelo qual o Filho do Homem veio ao mundo e com o qual quer acendê-lo desde dentro, desde suas entranhas.

Para que isso aconteça, o evangelista afirma que Jesus deve receber um novo batismo e coloca nos lábios de Jesus quanto ele deseja que isso aconteça: “como estou ansioso até que isso se cumpra!”

Lucas utiliza uma frase similar no capítulo 22: “Desejei muito comer com vocês esta ceia pascal...” (15), a qual nos auxilia para compreender de que batismo Jesus está falando.

Vai ser na sua Páscoa, na cruz e ressurreição que Jesus nos entrega seu fogo, seu Espírito para que a humanidade possa renascer como filha de Deus: “E vocês não receberam um Espírito de escravos para recair no medo, mas receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abba! Pai!” (Rm 8, 15).

Isto é o que celebramos no batismo sacramental! Peçamos a Jesus que nos renove nesta graça batismal, para vivê-la com consciência, gratidão e responsabilidade e assim possamos continuar “passando” a chama do Espírito que habita em nós.

Instituto Humanitas Unisinos
*Maria Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado.

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