domingo, 21 de agosto de 2016

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

domtotal.com
O evangelho deste domingo nos dá luzes para chegar como Maria aos braços de Deus.
Devemos nos dedicar para ter capacidade de ver, escutar, sentir a ação de Deus em nosso mundo.
Devemos nos dedicar para ter capacidade de ver, escutar, sentir a ação de Deus em nosso mundo.

Por Maria Cristina Giani*
Evangelho de Lucas 1,39-56
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, 
dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judeia. 
Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, 
a criança se agitou no seu ventre, 
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

Com um grande grito exclamou: 

«Você é bendita entre as mulheres, 
e é bendito o fruto do seu ventre!
Como posso merecer que a 
mãe do meu Senhor venha me visitar? 
Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, 
a criança saltou de alegria no meu ventre. 
Bem-aventurada aquela que acreditou, 
porque vai acontecer o
que o Senhor lhe prometeu».

Então Maria disse: 

«Minha alma proclama a grandeza do Senhor,
meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 
porque olhou para a humilhação de sua serva. 
Doravante todas as gerações me felicitarão, 
porque o Todo-poderoso 
realizou grandes obras em meu favor: 
seu nome é santo, 
e sua misericórdia chega aos que o temem, 
de geração em geração.
Ele realiza proezas com seu braço: 
dispersa os soberbos de coração,
derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; 
aos famintos enche de bens, 
e despede os ricos de mãos vazias. 
Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 
conforme prometera aos nossos pais, 
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.»

Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa.

Eis o comentário:

Neste domingo celebramos a festa da Assunção de Nossa Senhora, na qual a Igreja comemora a festa de uma mulher de Nazaré que “foi a primeira a acreditar no Filho de Deus, e é a primeira a subir aos céus em corpo e alma”, nas palavras do Papa Francisco. 

Neste dia somos convidados/as a contemplar a Maria ressuscitada no seio de amor da Trindade. Esse é nosso futuro, o futuro de toda a humanidade, de toda a criação redimida pelo Filho de Deus.

E para chegar lá o evangelho de hoje é muito iluminador, as palavras de Lucas não nos levam a olhar para o céu senão para os caminhos montanhosos, no qual podemos ver uma jovem camponesa indo às pressas a cuidar de sua prima e assim celebrar com ela o mistério e a alegria do encontro.

Peçamos ao Espírito que nos conceda conhecer os sentimentos e pensament os de Maria nesse caminhar.

Ela caminha em silêncio, grávida da Boa Notícia recebida uns dias atrás, a qual acolheu com humilde fé, mudando totalmente sua vida. E agora, enquanto sobe as montanhas, vai dialogando com Deus para buscar compreender o sucedido.

É incrível que depois de semelhante encontro com Deus, Maria não ficou parada ou fechada na sua casa (interna ou externa), mas se colocou a caminho para servir sua prima Isabel, já entrada em anos, que também estava grávida.

Com isto Maria nos revela duas coisas: a primeira é que a experiência de Deus cristã é verdadeira quando a mesma nos leva ao encontro com os outros/as, e a segunda é que uma das maneiras de aprofundar no mistério de Deus é o serviço, especialmente daqueles mais necessitados.

Vai ser dos lábios de outra frágil mulher que Maria vai receber a confirmação do vivido na intimidade com Deus: «Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre… Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o
que o Senhor lhe prometeu».

Aqui temos um detalhe que nos presenteia o evangelho de Lucas no qual gostaria de me deter. Isabel faz esta bonita exclamação de fé porque seu corpo de mulher percebe a presença de Deus que a visita em Maria e a enche de alegria: “Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre”.

Desta maneira ela nos ensina que nosso corpo, nossos sentidos são aptos para acolher, reconhecer e proclamar a presença de Deus em nosso meio. Isabel é a primeira a reconhecer e anunciar a presença do Messias em meio à humanidade.

É aqui outra das luzes que nos dá o evangelho para chegar como Maria aos braços de Deus. Ter a capacidade de ver, escutar, sentir a ação de Deus em nosso mundo, mesmo nas situações que parecem não ter saída, que pareceria que Ele não está presente.

Maria e Isabel conhecem esta ação fecunda de Deus em seus próprios corpos e em tantos outros. É por isso que Maria canta desde o profundo de seu coração a oração do Magnificat. 

Somos convidados/as neste dia a nos unir a este cântico mariano reconhecendo a presença salvífica de Deus em nossa história pessoal, comunitária, familiar. E ao rezá-lo hoje apresentemos a Deus da mão de Maria aqueles corpos flagelados de nossos irmãos e irmãs para que possam experimentar a misericórdia de Deus que os ressuscita, cumprindo assim uma vez mais a promessa feita a nosso pai Abraão.

Instituto Humanitas Unisinos
*Maria Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado.

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