sábado, 6 de agosto de 2016

Temer é vaiado ao declarar abertos os Jogos do Rio

domtotal.com
Antes, foi feita uma referência geral às autoridades brasileiras, sem citar presidente interino.
O presidente interino Michel Temer (dir.) durante a cerimônia.
O presidente interino Michel Temer (dir.) durante a cerimônia.

O discurso do COI era um apelo à tolerância. Mas, na abertura dos Jogos Olímpicos, o presidente interino, Michel Temer, foi alvo de vaias do público. As vaias chegaram a abafar a voz de Temer no único momento que tomou a palavra para dizer “Declaro abertos os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.”

O Maracanã voltou a ser palco de protesto, repetindo o que já havia ocorrido com chefes de estado brasileiros no Pan Americano de 2007, na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo.

Na “Olimpíada a la Brasil”, a cerimônia pediu tolerância no mundo, o respeito pela diversidade e a defesa de causas sociais. O evento foi transmitido para 3 bilhões de pessoas.

No camarote presidencial, o Palácio do Planalto preencheu locais que deveriam ter sido preenchidos por líderes internacionais por ministros do governo.

O nome de Temer não foi anunciado no início do evento e apenas os auto falantes destacaram a presença do presidente do COI, Thomas Bach. No programa, a entidade também eliminou a referência ao presidente interino brasileiro. Em seu discurso, Bach citou o presidente da Rio2016, Carlos Arthur Nuzman, e Ban Ki Moon. Mas omitiu Temer e fez apenas uma referência geral às autoridades brasileiras”.

Carlos Arthur Nuzman também foi vaiado quando citou o governo federal, estadual e municipal. Mas indicou que o evento iria dar ao Brasil “paz e união”.

O Palácio do Planalto disse que, como o evento é do COI, a programação foi montada pela entidade. No Rio, fontes do COI confirmaram ao Estado que a omissão foi “negociada”.

Risco terrorista​

O primeiro a falar foi o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon. Em uma mensagem em vídeo, ele pediu que as "armas se silenciem" e que as divisões sejam superadas. Mas o discurso de Thomas Bach e o cenário brasileiro com foco no multicultural deram o tom.

Se a segurança era uma prioridade diante do risco terrorista, todo cuidado protocolar também fazia parte da complexa agenda. Quando faltava uma hora e meia para o começo do evento. Acompanhado por duas pessoas de seu protocolo, Bach foi até a tribuna de honra do Maracanã para conferir onde cada um dos chefes de Estado se sentariam e garantir que não haveria contratempos e nem inimigos políticos sentados pertos. Ao ver a reportagem do Estado, apenas levantou o dedo polegar e disse: "Vamos".

O cuidado não era por acaso. Campanhas eleitorais entre opositores e grupos políticos rivais de diversos países estavam sentados na mesma tribuna. Para não ter de chamar Michel Temer de presidente interino, Bach apenas saudou as "autoridades brasileiras" em seu discurso.

Chefes de Estado distantes

Temer chegou minutos antes do início do evento e se sentou ao lado de Ban Ki Moon e Bach. Os demais chefes de Estado, porém, ficaram mais distantes.

Nas arquibancadas, um grupo chegou a puxar um coro "Fora Temer". Mas foi abafado por outro grupo de torcedores, vaiando a manifestação política. Durante o evento, uma vez mais um grupo tentou gritar quando o estádio fez silêncio.

Em seu discurso, o alemão voltou a citar o fato  de haver "um momento muito difícil na história do Brasil". Mas complementou: "Será uma Olimpíada à la Brasil. Sempre acreditamos em vocês".

No total, 45 chefes de Estado e de governos viajaram até o Brasil para o evento. O número é bem inferior ao que foi registrado há quatro anos, em Londres.  Mas, ainda assim, todos os que desembarcaram no Rio tinham uma agenda própria e seus interesses políticos a cumprir.

O presidente da França, François Hollande, e Mateo Renzi, o primeiro ministro italiano, queriam convencer o COI a levar os Jogos Olímpicos para Paris ou Roma.  Já o Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, veio fazer lobby por Los Angeles para sediar o evento em 2024.

Não faltaram ainda dezenas de deputados e senadores que receberam ingressos de graça. Por algumas horas, o Maracanã foi o centro do mundo e com uma audiência de 3 bilhões de pessoas. Mas também um palanque politico.

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CONFIRA A CHARGE DO DUKE SOBRE AS VAIAS!

Agência Estado/Agência Brasil/DomTotal.com

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