quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Você já se imaginou um refugiado?

 domtotal.com
O mundo nunca viveu crise de deslocamento humano como no presente.
A situação atual dos refugiados no mundo é inédita em escala.
A situação atual dos refugiados no mundo é inédita em escala.

Por Pablo Pires Fernandes*
Refugiado soa uma palavra distante para os brasileiros. Aqui, (ainda) não há conflitos que justifiquem tal condição. Mas há vário país no mundo onde a vida se torna impraticável. Guerras e conflitos, divergências políticas ou religiosas, perseguições étnicas. São várias as justificativas que tornam impraticável a vida em seu próprio lugar.

Por algum desses motivos, milhares de pessoas têm deixado seus lares, suas referências históricas e culturais. Fugir para se salvar, para sobreviver. Muitos morrem no caminho, na busca de uma chance. Os que sobrevivem, têm que lidar com uma nova realidade. Têm que lidar com todas as referências históricas, culturais e, sobretudo, afetivas, para recomeçar do zero. Há que sobreviver.

O debate sobre refugiados é praticamente infinito, dado os múltiplos aspectos implicados: legal, político, social, psicológico e outros, de desdobramentos infinitos. Todos, no entanto, atestam e comungam o fato de que se trata de uma tragédia. Sem dúvida, afirmo que ela é ampla e profunda. É grave.

A situação atual dos refugiados no mundo é inédita em escala. Embora haja certa discussão e exposição (por vezes, “sensacionalizada”) sobre o tema, a maioria do debate é propositivo. Aqui, no Dom Total, espaço de debate amplo e não simplório, colocamos umas questões sobre o tema no intuito de ampliar esta discussão.

Nos últimos três artigos, apontei alguns dos muitos problemas que afligem a humanidade. São questões genéricas, mas que julgo pertinentes e merecedoras de reflexão. Abordei a fome, realidade que evidencia a falta de empenho político para solucionar a maior vergonha da humanidade. A guerra e a insistência em praticá-la também é um valor que merece questionamento. E a ameaça global das pandemias, cuja eficácia e empenho em combatê-los é duvidoso.

Os refugiados, a imigração e suas implicações são o tema deste debate. Há um breve painel sobre a situação atual no mundo, com ênfase na posição brasileira sobre a questão. O artigo da advogada Gabriela Ferraz evidencia as implicações da realidade de se tornar um refugiado. A refugiada cubana Maria Iglesias dá um comovente depoimento de quem vive dividida entre aqui e lá, passado, presente e futuro e evidencia a falta de lugar implícita em ser um refugiado.

*Pablo Pires Fernandes é jornalista, subeditor do caderno de Cultura do Estado de Minas e responsável pelo caderno Pensar.

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