quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Assis 2016: Religiões unidas na condenação do terrorismo e do fundamentalismo

Agência Ecclesia 20 de Setembro de 2016, às 17:42  
Foto: Lusa     Foto: Lusa
Apelo pela Paz assinado pelo Papa e outros responsáveis no final de encontro inter-religioso de oração

Assis, Itália, 20 set 2016 (Ecclesia) - O Papa Francisco e os líderes religiões que se reuniram hoje na cidade italiana de Assis assinaram uma declaração conjunta pela paz na qual rejeitam o terrorismo e o fundamentalismo.

“A paz é o nome de Deus. Quem invoca o nome de Deus para justificar o terrorismo, a violência e a guerra, não caminha pela sua estrada: a guerra em nome da religião torna-se uma guerra contra a própria religião”, refere o ‘Apelo pela Paz’ assinado no final do encontro inter-religioso que decorreu desde domingo, concluído hoje na presença de Francisco.

“Com firme convicção, reiteramos que a violência e o terrorismo se opõem ao verdadeiro espírito religioso”, acrescenta o documento.

O texto foi lido publicamente após testemunhos de uma refugiada e líderes religiosos, além de um minuto de silêncio em memória das vítimas da guerra e do terrorismo.

O ‘Apelo pela Paz 2016’ foi entregue simbolicamente a um grupo de crianças, que levaram vários exemplares a responsáveis políticos e diplomáticos presentes em Assis.

“Colocamo-nos à escuta da voz dos pobres, das crianças, das gerações jovens, das mulheres e de tantos irmãos e irmãs que sofrem por causa da guerra; com eles, bradamos: Não à guerra!”, referem os signatários do documento.

Os representantes das várias confissões religiosas evocam o “o grito de dor de tantos inocentes” e pedem à comunidade internacional que trave “a ganância de quem trafica armas” e combatam situações de “pobreza, injustiça e desigualdade”.

A declaração conjunta recorda o 30.º aniversário do encontro inter-religioso pela paz promovido pelo Papa João Paulo II, também em Assis, que deu início a uma “longa peregrinação” de diálogo, contra “todas as formas de violência e abuso da religião para justificar a guerra e o terrorismo”.

O texto deixa votos de que se abra um “tempo novo” para que o mundo globalizado se torne uma “família de povos”.

“Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de paz; a partir de Assis, renovamos com convicção o nosso compromisso de o sermos, com a ajuda de Deus, juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade”, acrescentam os líderes religiosos.

O encontro concluiu-se simbolicamente com uma cerimónia em que foram acesas várias velas pela paz, num candelabro, e um abraço entre os presentes.

OC

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