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Um jovem morto pela polícia se tornaria mártir do 'golpe' aos olhos do mundo
Muita gente se pergunta como jovens esclarecidos acreditam na mentira do golpe parlamentar.
Por Mario Sabino*
O PT sonha com um cadáver para chamar de seu e, nesse devaneio, conta com os jovens que alegremente se prestam ao papel de massa de manobra nas manifestações contra o governo de Michel Temer.
Um jovem morto pela polícia, em especial a de São Paulo, seria o “mártir” necessário para chancelar aos olhos do mundo que o impeachment de Dilma Rousseff foi um “golpe parlamentar”. Um jovem branco e universitário seria o “mártir” ideal para fazer grande parte da classe média brasileira voltar-se contra o atual inquilino do Palácio do Planalto e exigir as eleições gerais que, na fantasia petista, proporcionarão a Lula reocupar a Presidência da República – a única forma de o capo garantir foro privilegiadíssimo.
Muita gente se pergunta como é possível que jovens esclarecidos acreditem na mentira do “golpe parlamentar” e saiam por aí achando que estão em 1964, em luta contra a instauração de uma ditadura. A resposta é que eles não são esclarecidos. No ensino médio e nas universidades, sofreram lavagem cerebral por meio da doutrinação esquerdista que lhes é imposta como currículo obrigatório.
Não é de hoje que isso ocorre. Há quase quarenta anos, quando eu estava na faculdade, ainda sob o regime militar, havia aulas de marxismo. A doutrinação vinha disfarçada sob o nome de “Metodologia Científica” e “Problemas Filosóficos e Teológicos do Homem Contemporâneo”. Você se espantou com o “teológicos”? Não deveria. O marxismo é uma espécie de religião. Mais dogmática do que a católica.
Com a redemocratização do país, a doutrinação avançou sem medo de ser feliz e foi determinante para o PT conquistar o eleitorado jovem urbano. Agora, pode produzir um cadáver de verdade para ressuscitar um cadáver político.
Nossos alunos são péssimos nas disciplinas que nos dariam passaporte para a modernidade, mas ótimos em recitar clichês da esquerda. Eu recomendei aos meus filhos que, para obterem boas notas em redação, história e geografia política, escolhessem os argumentos com os quais eu jamais concordaria. Sei que não sou o único pai responsável.
No geral, apoio as premissas do movimento Escola sem Partido, que tenta reagir ao teatro do absurdo encenado no ensino brasileiro. O país, porém, é tão esculhambado que o movimento ganhou um ator de filmes para adultos como um dos seus porta-vozes. É a pornografia no combate à necrofilia ideológica do PT.
*Mario Sabino é um dos editores do site O Antagonista
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