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A palavra do coração dá leveza à vida.
Por Gilmar Pereira*
Há de se cuidar para que não se perca a leveza da vida. Sobre a pessoa pesam trabalhos, responsabilidades, conflitos afetivos, imperativos morais e ideológicos, dívidas, dúvidas, traumas, inseguridades. O corpo oprimido se retrai e a pele vinca e as costas se encurvam e o cabelo embranquece e o coração diminui.
Sim. O coração diminui quando não é sua a palavra definitiva. Ele mingua porque perde a voz, esvazia-se da substância do sentido. Oco, retrai. A palavra do coração dá leveza à vida, inflando o ânimo. O turvo das intempéries, que cega os caminhos por onde se vai, amordaça o coração. Mudo coração, o corpo declina crepuscular... a leveza se vai!
Viver é um peso? Talvez o seja se a pressão externa for maior do que a que faz expandir o peito. Oscilamos em hiper e hipotensão, entre a concretude do real e a volatilidade do sonho (não menos realidade). Pessoas etéreas não encaram problemas. Pessoas pesadas reprimem desejos e utopias.
Ser leve sem ser volátil, com gravidade suficiente para manter os pés no chão – eis o segredo dos que sabem habitar nos corações alheios, dos que transitam pela vida sem causar perturbação, mas cuja presença sempre causa algum efeito. Caminhe, caminhe por quem quiser, porém cuide para não matar, com o próprio peso, a grama e as flores que brotam daí. Respeito vem da leveza.
Pessoas leves
Para quem quer ser leve e seguir o som na cidade, vale a pena conferir um evento que rola na Savassi, o Som ClubeI. Ele acontece uma vez ao ano, trazendo música gratuita e de qualidade, ao ar livre, com diversidade de estilos, às sextas-feiras, a partir das 18h30 na Praça da Savassi. Dia 23/9 tem Cida Moreira e Thiago Pethit; 30/9, Donatinho; 07/10,Ordinarius.
Mais informações, clique aqui.
*Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, graduado em Filosofia pelo CES-JF, graduando em Teologia pela FAJE. Apaixonado por arte, cultura, filosofia, religião, psicologia, comunicação, ciências sociais... enfim, um "cara de humanas".
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