Por Alvaro de Juana
Papa e Patriarca ortodoxo da Geórgia. Foto: Captura do Youtube
TSIBILI, 30 Set. 16 / 02:00 pm (ACI).- A visita do Papa Francisco à Geórgia e ao Azerbaijão tem um forte caráter interconfessional, por isso em diferentes atos realizados durante a viagem estarão presentes representantes de várias religiões. Hoje o Pontífice se reuniu na sede do patriarcado da Geórgia com Sua Beatitude Elias II, líder da Igreja Ortodoxa e apostólica georgiana, e pediu colocar a Evangelização e o desejo de paz acima de tudo.
Em seu discurso, o Santo Padre recordou a visita do Patriarca ao Vaticano em 1999, com São João Paulo II. “Vossa Santidade inaugurou uma página nova nas relações entre a Igreja Ortodoxa da Geórgia e a Igreja Católica, ao realizar a primeira visita histórica ao Vaticano dum Patriarca georgiano. Naquela ocasião, trocou com o Bispo de Roma o ósculo da paz e a promessa de rezarmos um pelo outro”, afirmou.
Depois de valorar positivamente as relações entre a Igreja ortodoxa da Geórgia e a Católica, Francisco explicou que chegou ao país “como peregrino e amigo, cheguei A esta terra bendita, quando está a ponto de concluir para os católicos o Ano Jubilar da Misericórdia”.
“Agora, a Providência divina faz-nos encontrar novamente e, face a um mundo sedento de misericórdia, unidade e paz, pede-nos que os vínculos entre nós recebam novo impulso, renovado ardor, de que o ósculo da paz e o nosso abraço fraterno já são um sinal eloquente”.
O Pontífice assegurou que apesar das diferenças “Nisto temos o apoio do amor que transformou a vida dos Apóstolos. É aquele amor sem igual que o Senhor encarnou”.
“Verdadeiramente o amor do Senhor eleva-nos, porque nos permite subir acima das incompreensões do passado, dos cálculos do presente e dos medos do futuro”, acrescentou.
Em seu discurso, também elogiou o testemunho do povo georgiano, que “ao longo dos séculos, a grandeza deste amor. Nele encontrou a força para se levantar de novo depois de inúmeras provações; nele se elevou até aos cumes duma beleza artística extraordinária”.
Por outro lado, recordou “a gloriosa história do Evangelho nesta terra deve-se de modo especial a Santa Nino, que é comparada aos Apóstolos: ela espalhou a fé sob o sinal particular da cruz feita de lenho de videira. Não se trata duma cruz desnudada, porque a imagem da videira, para além do fruto que sobressai nesta terra, representa o Senhor Jesus”.
O Papa argentino pediu novamente permanecer unidos e pediu “a multidão de Santos, que conta este país, encoraja-nos a colocar o Evangelho em primeiro lugar, evangelizando como no passado, e mais do que no passado, livres das amarras dos preconceitos e abertos à perene novidade de Deus”.
“Que as dificuldades não sejam impedimentos, mas estímulos para nos conhecermos melhor, compartilharmos a seiva vital da fé, intensificarmos a oração de uns pelos outros e colaborarmos com caridade apostólica no testemunho comum, para glória de Deus nos céus e ao serviço da paz na terra”, desejou.
Em seguida, o Santo Padre sublinhou: “Com a paz e o perdão, somos chamados a vencer os nossos verdadeiros inimigos, que não são de carne e sangue, mas os espíritos do mal fora e dentro de nós”.
“Esta terra abençoada é rica de heróis valorosos segundo o Evangelho que souberam, como São Jorge, derrotar o mal. Penso em tantos monges e, de modo particular, nos numerosos mártires, cuja vida triunfou ‘com a fé e a paciência’: passou através da prensa do sofrimento, permanecendo unida ao Senhor e assim produziu um fruto pascal, irrigando o solo georgiano com sangue derramado por amor”, manifestou.
Ao concluir, Francisco pediu que sua intercessão “dê alívio a tantos cristãos que ainda hoje, no mundo, sofrem perseguições e ultrajes e reforce em nós o desejo bom de vivermos fraternalmente unidos para anunciar o Evangelho da paz”.
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