sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Uruguai lamenta saída de Dilma mas aceita Temer

 domtotal.com
Em nota oficial, governo uruguaio considera uma profunda injustiça tal destituição.
Chanceler Nin Novoa declarou diante de uma comissão que reconhece governo Temer.
Chanceler Nin Novoa declarou diante de uma comissão que reconhece governo Temer.

O governo do Uruguai "considera uma profunda injustiça" o de Dilma Rousseff - afirmou o Ministério uruguaio das Relações Exteriores em nota divulgada nesta quinta-feira (1º), ao mesmo tempo em que o chanceler Rodolfo Nin Novoa garantiu que o país reconhecerá o governo Michel Temer.

"Além da legalidade invocada, o governo uruguaio considera uma profunda injustiça tal destituição", começa a nota publicada pela Chancelaria após a saída de Dilma.

No texto, que enfatiza que Dilma Rousseff foi eleita "legitimamente pelo povo brasileiro", o Executivo uruguaio destaca "o papel da presidenta (...) em fortalecer a histórica relação bilateral".

O comunicado não trata do reconhecimento do novo governo, que tampouco é mencionado no texto publicado no do Ministério.

Já o chanceler Nin Novoa declarou, diante de uma comissão parlamentar hoje à tarde, que o Uruguai "reconhece oficialmente o governo de Michel Temer", informaram à AFP participantes do encontro.

De acordo com o deputado da oposição Daniel Peña, que participou da sessão, Nin Novoa respondia especificamente a uma pergunta sobre se o governo uruguaio considera Temer um presidente legítimo.

Peña, do Partido Nacional (de centro-direita), avaliou que o comunicado do governo uruguaio "classifica politicamente uma decisão legítima do principal sócio comercial que o Uruguai tem".

Nin Novoa deixou o Congresso sem falar com a imprensa.

Na esquerdista Frente Ampla, partido da situação, o mal-estar com o que aconteceu no Brasil é notório.

Com um tom acima, o ministro uruguaio do Interior, Eduardo Bonomi, disse a uma rádio local que a saída de Dilma tem "características de golpe de Estado" e considerou que Temer não tem "legitimidade".

O Brasil é o segundo principal sócio comercial do Uruguai.

AFP

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