'Premiado toma sua própria decisão em relação às cerimônias', diz nota.
Músico ganhou prêmio de literatura; ele ainda não se pronunciou.
Da Reuters
O cantor e compositor Bob Dylan, durante premiação em fevereiro de 2015 (Foto: Vince Bucci/Invision/AP)
O comitê que premiou Bob Dylan com o Prêmio Nobel de Literatura informou que está a critério do cantor e compositor americano participar ou não da cerimônia de premiação, que acontece em dezembro.
Dylan, conhecido por fugir da imprensa, ainda não fez nenhum comentário sobre o prêmio de US$ 900 mil, apesar das repetidas tentativas por parte da Academia Sueca de contatá-lo desde que o nomearam como vencedor, em 13 de outubro.
Neste sábado (22), a imprensa sueca informou que o membro da academia Per Wastberg havia dito que caso Dylan permanecesse em silêncio seria "rude e arrogante".
A academia, no entanto, informou que os comentários de Wastberg não refletiam sua visão. "O autor premiado com o Prêmio Nobel toma sua própria decisão em relação às cerimônias envolvendo a apresentação do prêmio", disse Sara Danius, secretária permanente da Academia, em comunicado.
"A Academia Sueca nunca manteve uma visão sobre as decisões dos vencedores de prêmios neste contexto, nem irá agora, independentemente da decisão alcançada."
A Academia deu a Dylan, de 75 anos, o prêmio por "ter criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição de música norte-americana". Foi uma escolha controversa.
Bob Dylan revolucionou a música popular americana com clássicos como "Blowin' in the wind", "The times they are a-changin", "Subterranean homesick blues" e "Like a rolling stone".
Ainda assim, alguns questionaram se seu trabalho se qualifica como literatura. Outros reclamaram que a Academia Sueca perdeu a oportunidade de trazer a atenção a artistas menos conhecidos.
A cerimônia de premiação do Nobel ocorre todo os anos no dia 10 de dezembro. Se Dylan mantiver seu silêncio, não será o primeiro a "ignorar" a decisão da Academia.
Um precedente de rejeição ao Nobel de Literatura é o do francês Jean-Paul Sartre, que, contrário a todo tipo de distinções, não o aceitou em 1964, embora seu nome figure na lista de vencedores.
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