sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CLÁUDIO PASTRO, O ARTISTA QUE REVITALIZOU A BASÍLICA DE APARECIDA

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O artista sacro Cláudio Pastro morreu no dia 19 de outubro, aos 68 anos. Ele estava internado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, havia 12 dias e não resistiu a um derrame cerebral.
Por Redação Folha de S.Paulo
Pastro foi velado e enterrado no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra, interior de São Paulo, após missa em sua homenagem.
Considerado um dos mais importantes artistas sacros do mundo, foi o responsável pela revitalização da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, obra que precisou ser apressada com a vinda do papa Bento 16, em 2008. "Arte é como água", disse à Folha de São Paulo àquela época. "É imprescindível."
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A declaração confrontava o que ele acreditava ser uma influência da Teologia da Libertação na Igreja do país, durante as décadas de 1970 e 1980, o que teria resultado em uma demora na reforma da Basílica.

"Os bispos e os padres diziam para mim: 'Arte é luxo'. Foi um período em que isso aqui era tratado como 'ópio do povo'. Mesmo a missa terminava sendo muito chulé. O povo saía da pobreza e encontrava a mesma coisa dentro da igreja", afirmou o artista.
Na mesma ocasião, Pastro chegou a declarar que considerava a Basílica de Aparecida mais bonita do que a de Roma, para cuja construção e concepção contribuíram artistas como Rafael e Michelangelo.
Em 2013, ele confeccionou mais de 20 peças – feitas de latão, mas banhadas em ouro e prata – para a visita do papa Francisco em ocasião da celebração final da Jornada Mundial da Juventude, no Rio, e de sua visita à Aparecida.
À revelia da preferência da Arquidiocese do Rio, que gostaria que as peças fossem completamente feitas de ouro, Pastro disse que preferiria ter utilizado materiais mais simples, mas fez prevalecer o latão com banho dourado. "Queriam uma coisa suntuosa. Seria jogar dinheiro fora", disse.
No final da década de 1990, Pastro foi o responsável pela criação da imagem do Cristo usada pelo Vaticano nas publicações e comemorações da chegada do terceiro milênio.
Cláudio Pastro cursou ciências sociais na PUC-SP, nos anos 1970. "Eu queria fazer belas artes, mas minha família era pobre. Só tínhamos duas faculdades de artes em São Paulo, ambas caríssimas", disse.
O artista chegou a contar que voltava da aula de sociologia e "desenhava como um louco". Conseguiu viajar à Itália, onde começou seus estudos na Academia de Belas Artes Lorenzo de Viterbo.
Estudou também no Museu de Arte Sacra da Catalunha (Espanha) e na Abbaye Notre-Dame de Tournay (França), entre outras.
Fonte: www1.folha.uol.com.br/ilustrada

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