sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Nossa Senhora Aparecida, discípula de Jesus e mãe dos pobres

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Reconhecer Maria como bendita significa valorizá-la por seu discipulado fiel.
Reconhecer Maria como bendita significa valorizá-la por seu discipulado fiel.

Por Felipe Magalhães Francisco*

O Cântico entoado por Maria (cf. Lc 1,47-55), quando na casa de sua prima Isabel, situa-nos sobre sua gratidão para o olhar de Deus favorável aos pobres, tal como se realiza em sua própria vida, por gerar Jesus. Atenta à vontade de Deus para sua vida e fiel à espera da realização das promessas divinas na história, Maria eleva um louvor ao Senhor, agradecendo-o por não se esquecer dos pobres, realizando, assim, toda a justiça e vindo, definitivamente, até nós, por meio de seu Filho.

Reconhecer Maria como bendita (cf. Lc 1,42), tal como a Tradição tem feito, não significa supervalorizá-la por sua maternidade e, sim, por seu discipulado fiel, de escuta atenta ao que Deus diz e ao que seu filho revela: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,35). Cooperar com a realização da salvação ofertada por Deus, abrindo-se a acolher Jesus em seu ventre, é já sinal de que era fiel Àquele que constantemente se revelava em favor de seu povo, Israel. E, fiel a seu Deus, Maria se coloca como discípula sua, em dedicado serviço aos outros (cf. Lc 1,39-56).

Como discípula atenta à Palavra de Deus, encarnada em Jesus, Maria traz, já desde seu seio, o fruto dessa escuta. Como discípula servidora, Maria é reconhecida como mãe de todos aqueles por quem Deus tem predileção: os empobrecidos e as empobrecidas do mundo. É nesse sentido que nutrimos afeição pela Senhora da Conceição Aparecida, a Virgem negra, sempre ao lado dos pobres. A esse respeito, o Frei Jonas Nogueira, doutorando em Teologia, fala-nos pelo artigo Nossa Senhora da Conceição Aparecida: Mãe Negra do Povo de Deus.

Ao longo do ano litúrgico, algumas celebrações são dedicadas a que rezemos o Mistério Pascal de Jesus, realizado na vida de Maria, a Virgem reconhecida por tantos nomes. Por meio das celebrações litúrgicas, todo povo de Deus é chamado a perceber como Deus agiu na vida de Maria, em favor de toda a humanidade, e como ela se torna discípula fiel da Palavra que salva. Para nos ajudar a compreender melhor sobre isso, a graduanda em Teologia, Lorena Alves Silveira, propõe-nos o artigo Maria, discípula de seu filho Jesus.

Aprofundando nossa reflexão, o artigo do doutorando em Teologia, Fabrício Veliq, Maria sob uma ótica protestante, propõe uma leitura ecumênica a respeito do papel de Maria. Apresentando-nos o olhar do protestantismo histórico, bem como o do evangelismo pentecostal e neopentecostal, a respeito da figura de Maria, o artigo elucida um caminho promissor para o diálogo ecumênico, que confira a Maria o lugar de discípula da Palavra, tal como as Sagradas Escritura nos inspiram.

Boa leitura!
*Felipe Magalhães Francisco é mestre em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Coordena a Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).

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