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Não podemos ficar à mercê das forças antinacionais, nem nos deixarmos acomodar pela situação, na qual a vida de milhões de empobrecidos está em jogo.
Nestes tempos difíceis que temos vivido em nosso país, essa data não é motivo de orgulho nacional.
Na próxima terça-feira, 15, faremos memória da Proclamação da República. Nestes tempos tão difíceis que temos vivido em nosso país, essa data não é motivo de orgulho nacional. Ela pode ser, ao contrário, motivo pelo qual ressignifiquemos nossa esperança, de que dias melhores são possíveis. Mas esses dias não virão, se não assumirmos, como povo, a condução de nossa própria história.
Nesse contexto, de nos reafirmarmos como República, a dimensão da independência se faz forte, sobretudo quando forças antinacionais tomam de assalto o poder, ruindo com toda e qualquer política de afirmação da soberania do país. Não podemos ficar à mercê dessas forças, nem nos deixarmos acomodar pela situação, na qual a vida de milhões de empobrecidos está em jogo.
Aos cristãos e cristãs, sobretudo, essa questão precisa ser discernida, à luz do Evangelho de Jesus. Pela fé, sabemos que a plena realização do Reino é prometida para além da história, mas não significa que esse Reino não desponte já no aqui de nosso tempo. É por isso que buscamos a realização do direito e da justiça, próprios do Reino anunciado por Jesus. É a partir desses valores universais, que extrapolam a esperança cristã, que buscamos construir uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna: eis a independência que queremos!
Uma leitura real da situação social faz com que percebamos os sinais positivos e os limites da conjuntura na qual vivemos. É o que nos ajuda a compreender o artigo O “já” e o “ainda não” do Reino e as ambiguidades da história recente de nosso país, do doutorando em Ciências da Religião, Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães. No artigo, o autor propõe uma atenta leitura da realidade, à luz do Evangelho de Jesus.
Ler a realidade, criticamente, é fundamental para o discernimento de qual lado devemos e escolhemos estar. Essa é a perspectiva adotada pelo Cientista Social, Robson Sávio Reis Souza, no artigo A César o que é de César e a Deus o que é de Deus. No artigo, o autor propõe um discernimento sobre a conjuntura atual, à luz daquilo que o Evangelho exige dos cristãos e cristãs. A Igreja, diante de situações difíceis, precisa, continuamente, optar por testemunhar o Reino, como sendo o específico de sua missão.
O terceiro artigo de nossa matéria especial, Garantir o direito e a justiça é a condição para que nos fortaleçamos como povo, do mestre em Teologia, Antônio Ronaldo Vieira Nogueira, contribui com nossa reflexão, buscando, nas Sagradas Escrituras, os fundamentos para uma espiritualidade verdadeiramente encarnada: a misericórdia, o direito, a justiça e a fidelidade, realizadas em nosso fundamental serviço aos pobres, os prediletos do Reino.
Boa leitura!
* Felipe Magalhães Francisco é mestre em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Coordena a Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).
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