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Sob direção de Eduardo Tolentino
Por Charles Mascarenhas
Escrita em 1955 pelo americano Tennessee Williams (1911-1983), Cat on a Hot Tin Roof, foi um dos mais famosos textos do autor, depois que Richard Brooks o adaptou para o cinema o filme homônimo (1958), contando com Elizabeth Taylor e Paul Newman como protagonistas.
A ambientação se passa no Sul dos Estados Unidos e narra o drama da ambiciosa família Pollitt, que está em constante disputa pela herança do patriarca com câncer terminal.
No Brasil, o Grupo TAPA, sob direção de Eduardo Tolentino de Araújo, produziu o texto de Williams para o teatro, traduzindo o título para: Gata em Telhado de Zinco Quente. Essa expressão faz parte do vocabulário americano e quer dizer: como se manter estável em situações de conflito.
E é no dia do aniversário de 65 anos do Paizão (Zécarlos Machado) o patriarca, que essa estabilidade é colocada a prova e os conflitos familiares surgem de forma inesperada, perpassando por temas de grande impacto social para a época.
Na nova adaptação brasileira os atores Bárbara Paz e Augusto Zacchi são os protagonistas da trama. Ela é Maggie, uma mulher que enfrenta grandes problemas com o marido alcoólatra, Brick (Augusto Zacchi). Ele passa a rejeitá-la nas relações intimas, pois acredita que ela seja a culpada pela morte do amigo Skipper. Uma possível relação homoafetiva entre eles estaria por trás da rejeição de Maggie.
O que gera especulações ambiciosas do filho Gooper (André Garolli), que acredita que a herança de Paizão ficará para si, pois seu irmão Brick além de não ter filhos, está debilitado fisicamente.
O elenco de altíssimo nível nos permite ir aos poucos descobrindo cada personagem, que se esconde no falso moralismo.
O quarto do casal Brick e Maggie é o cenário onde tudo acontece. Construído por Ana Mara Abreu e Alexandre Toro, os objetos que compõem a cena são bem diferentes, a cama é composta por inúmeras cobertas.
Os figurinos assinados por Glória Kalil mostram tamanha sofisticação dos personagens em questão.
Gata em Telhado de Zinco Quente, tanto filme quanto a peça, são boas pedidas para se ver de fora as relações familiares.
A peça encontra-se em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil até o dia 28 de novembro.
Charles Mascarenhas
Graduando em cinema e audiovisual pela PUC-Minas e estudante de cursos livres de teatro.
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