Até o matrimônio mais feliz está sujeito a crises, que precisam ser vistas como um fenômeno de crescimento do amor conjugal e não como razão para a separação
Rich Fleetwood COMUNIDADE SHALOM 4 DE DEZEMBRO DE 2016
wavebreakmedia
Até o matrimônio mais feliz está sujeito a crises, que precisam ser vistas como um fenômeno de crescimento do amor conjugal e não como razão para a separação. Um matrimônio cujos cônjuges jamais discordam é preocupante. Será que eles são iguais em tudo ou uma personalidade está se sobrepondo à outra, que por sua vez não se revela ao outro na sua verdade? Uma passagem bíblica me faz lembrar os falsos relacionamentos, aqueles que precisam amadurecer, e cujo crescimento é às vezes bem doloroso: “Subirei contra um povo tranqüilo e os tirarei de sua falsa paz”. E há uma passagem nos Escritos da Comunidade Shalom que, acredito, completa o ciclo que vai da falsa à autêntica paz matrimonial: “A verdadeira paz não vem dos homens, mas de Deus”. Dependendo de como será vivida, cada crise, mesmo a mais penosa, pode levar ao aprofundamento do amor entre os esposos e ao fortalecimento cada vez maior do matrimônio. Vamos refletir sobre isto?
Uma escolha livre
Antes de tudo, talvez seja preciso compreendermos que o matrimônio não é “questão de sorte”, como alguns costumam dizer. Ele é fruto de uma escolha livre que cada um fez. É verdade que há esposos que se escolheram apressadamente e por razões pouco consistentes, mas nunca podemos esquecer que, através do Sacramento do Matrimônio, Deus nos concedeu uma graça da qual podemos lançar mão para que seja ratificada esta escolha e “aumentada” a semente da afeição que um dia tivemos um pelo outro. Esta semente, que nos moveu a subir ao altar, pode, pela graça de Deus, desabrochar e crescer como uma grande árvore cheia de frutos e frondosos galhos capazes de fazer sombra e “abrigar toda espécie de pássaros”, como diz o Livro do Profeta Isaías.
Esta livre escolha não é uma “cruz” para se carregar pela vida como um “fardo”. A cruz do matrimônio vem de fora, do demônio e do pecado dos homens, como a cruz que Jesus um dia carregou por amor a nós. O nosso esposo ou esposa jamais é a “nossa cruz”. O demônio bem que gostaria que pensássemos assim… Mas se Jesus tivesse pensado assim nós nunca poderíamos ser salvos. A cruz pode vir do pecado do outro, mas ela não é o outro. O outro é uma bênção, um presente de Deus na minha vida; o outro é um mistério, um desafio, o instrumento que eu preciso para chegar a Deus, felicidade suprema!
Nenhum comentário:
Postar um comentário