Por Diego López Marina
Papa Francisco / Fotografias: Companhia de Jesus e ACI Prensa - Daniel Ibañez
Vaticano, 13 Dez. 16 / 08:55 am (ACI).- Em 13 de dezembro de 1969, apenas quatro dias antes de completar 33 anos de idade, o jesuíta Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, foi ordenado sacerdote pelo Arcebispo Emérito do Córdoba (Argentina), Dom Ramón José Castellano.
Aquele 13 de dezembro, há 47 anos, foi um sábado, vésperas do terceiro domingo de Advento. Na liturgia da Igreja, este dia é conhecido como domingo do Gaudete ou domingo da alegria, para muitos o selo do Pontificado do Papa Francisco.
Segundo o livro “O jesuíta: Conversações com o cardeal Jorge Bergoglio”, Francisco descobriu a sua vocação ao sacerdócio enquanto estava a caminho para celebrar o Dia da Primavera. Quando passou por uma igreja para se confessar, finalmente acabou sendo inspirado por aquele sacerdote.
Em outra oportunidade, o Santo Padre contou que, inicialmente, sua mãe não apoiou sua decisão de ser sacerdote, apesar de ser uma católica devota. Entretanto, no momento em que foi ordenado, aceitou seu chamado e pediu a sua bênção ao final da cerimônia.
Em seus primeiros anos como sacerdote, Jorge Mario Bergoglio continuou sua formação como jesuíta entre 1970 e 1971 na Espanha. Em 22 de abril de 1973, emitiu suas profissões perpétuas na Companhia de Jesus.
Quando retornou para a Argentina, serviu como professor na faculdade de teologia de São José, na localidade de San Miguel (nos subúrbios da cidade de Buenos Aires), reitor do Colégio e, aos 36 anos, foi designado Provincial dos jesuítas da Argentina.
Jorge Bergoglio escreveu antes de ser ordenado sacerdote:
“Quero crer em Deus Pai,
que me ama como um filho,
e em Jesus, o Senhor,
que infundiu seu Espírito na minha vida,
para fazer-me sorrir e levar-me, assim,
ao Reino eterno de vida.
Creio na Igreja.
Creio que, na história, que foi tocada
pelo olhar de amor de Deus,
no dia da primavera, 21 de setembro,
Ele saiu ao meu encontro para
me convidar a segui-lo.
Creio na minha dor,
infecunda pelo egoísmo, no qual me refugio.
Creio na mesquinhez da minha alma,
que busca receber sem dar… sem dar.
Creio que os outros são bons e que
devo amá-los sem medo e sem traí-los jamais,
sem buscar uma segurança para mim.
Creio na vida religiosa.
Creio que quero amar muito.
Creio na morte cotidiana, ardente, da qual fujo,
mas que sorri para mim, convidando-me a aceitá-la.
Creio na paciência de Deus, acolhedora,
boa como uma noite de verão.
Creio que o meu pai está no céu, junto ao Senhor.
Creio que o Padre Duarte também está lá,
intercedendo pelo meu sacerdócio.
Creio em Maria, minha Mãe,
que me ama e nunca me deixará sozinho.
E espero a surpresa de cada dia,
em que se manifestará o amor, a força,
a traição e o pecado,
que me acompanharão até o encontro definitivo
com esse rosto maravilhoso
que não sei como é,
do qual fujo continuamente,
mas que quero conhecer e amar.
Amém”.
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