segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Conversa de vestiário: o aborto também machuca os homens

 Mais uma vez, eu fiquei cara a cara com a realidade do aborto e seus efeitos sobre os homens
 ALETEIA EUA  30 DE JANEIRO DE 2017
Conversa de vestiário: o aborto também machuca os homens
© Karuka / Shutterstock
Hoje, no vestiário feminino na academia, eu entrei em uma conversa politicamente carregada. Foi embaraçoso.

Normalmente, não costumo me intrometer em conversas de estranhos. Muito menos enquanto tento tomar banho!

Além disso, eu estava com pressa. Foi já a minha segunda tentativa do dia de tomar banho, depois de ter encontrado os armários fechados para a limpeza alguns minutos antes. Uma amiga estava cuidando dos meus filhos para mim fora do vestiário, e eu precisava ir.

Mas aquelas duas mulheres olharam para mim, eu dei um sorriso tímido, e começamos a conversar.

Lá estávamos nós três, meio desnudadas, quando uma delas começou a contar a experiência de seu filho com o aborto.

Ele teve duas namoradas diferentes que procuraram por abortos. E ambas as vezes, disse ela, eram devastadoras para seu filho.

Ela explicou que, na primeira vez, ele chorou e ficou irritado com o médico. Eu sugeri, sutilmente, que aquela era a reação mais natural do mundo, que era seu instinto natural de proteção.

Depois do segundo aborto, continuou a mulher, ele se afundou nas drogas e sua vida só decaiu.

Eu falei com ela sobre Rachel’s Vineyard e seu trabalho com homens que acompanharam essa situação de aborto. Ela nunca tinha ouvido falar de uma organização que tenta ajudar os homens que sofrem com o aborto de suas parceiras, e disse que ela iria tentar transmitir as informações para seu filho.

Eu assegurei-lhe que nosso encontro foi por uma razão. (Lembre-se que já era minha segunda tentativa de tomar banho!). E eu prometi a ela que iria oferecer minhas orações pelo seu filho, por Christopher, na Marcha pela Vida, uma manifestação que aconteceu nos Estados Unidos. A oração pode mover montanhas.

Essa foi a segunda experiência que tive de ficar cara a cara com a realidade do aborto e seus efeitos sobre os homens.

A outra foi cerca de cinco anos atrás, quando um jovem vizinho do outro lado da rua parou em minha entrada de automóveis.

Nossas famílias não eram próximas, por isso o encontro foi ainda mais inesperado.

“Minha namorada fez um aborto hoje”, disparou. Lágrimas caíram dos olhos do garoto musculoso de 21 anos de idade, apaixonado por carros.

Ele olhava ao longe.

“Eu sei que nós não estamos mais juntos, mas eu disse para ela que eu criaria o bebê. Eu já contei para o meu pai, e nós iríamos criá-lo. Eu sei que o bebê era um menino. Eu já tinha escolhido um ou dois nomes.”

Havia tão pouco que eu poderia dizer. Eu disse a ele que aquele bebê ainda era seu bebê e ele ainda poderia nomeá-lo.

Pouco depois disso, nos afastamos, e eu nunca soube o que aconteceu. E, como nossas famílias não são próximas, não tenho mais contato com ele.

Mas ele é parte do motivo pelo qual eu fui à Marcha pela Vida. Por ele e por Christopher.

Eu manifesto a favor dos bebês e de suas mães. Mas pelos seus pais também.

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Por Julie Argenziano
Julie Argenziano vive com seu marido e 5 filhos em Chantilly, Virgínia (EUA). Ela é uma dona de casa que recentemente começou a fazer academia.

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