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Diretor russo ganhou prêmio de melhor direção no festival de Veneza por este drama de guerra.
Cena do filme "Paraíso" (Divulgação)
Por Neusa Barbosa
O veterano cineasta russo Andrei Konchalovsky venceu o prêmio de melhor direção em Veneza 2016 pelo potente drama de guerra “Paraíso”, que revisita as memórias de três personagens por meio de relatos além-túmulo em que falam diretamente à câmera em um cenário despojado, como diante de um juiz, um sacerdote ou do próprio Deus.
Eles são Olga (Yulyia Vyotskaya), uma imigrante russa militante da Resistência francesa; Jules (Philippe Duquesne), um chefe de polícia francês e colaboracionista; e Helmut (Christian Clauss), um jovem coronel nazista, encarregado pelo próprio Heinrich Himmler (Victor Sukhorukov) de fiscalizar a corrupção dos comandantes de campos de extermínio.
Presa por esconder crianças judias, Olga é entregue a Jules, mas o manipula para liberá-la em troca de favores sexuais. Um incidente tira Jules de seu caminho e ela é encaminhada a um campo de concentração, onde será descoberta por Helmut, que a conhecera brevemente no passado. Investido de toda a autoridade, Helmut toma Olga como sua amante – o que não a poupa do horror de continuar ali.
Co-autor do roteiro original, em parceria com Elena Kiseleva, Konchalovsky mantém firme o foco no realismo das condições do campo, bem como das escolhas das pessoas em situações extremas.
O “Paraíso” de seu título não poderia ser mais grotescamente irônico: refere-se à utopia delirante dos nazistas da criação de um novo homem e um novo mundo, que se mostra embasada em sangue e violência. Ótimos atores, Visotskaya e Clauss encarnam as duas faces deste mundo em desagregação, retratado num despojado preto-e-branco.
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Reuters
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