domtotal.com
Ao mesmo tempo que promove construção, governo persegue cristãos e demole outras igrejas.
'Parque' inclui uma igreja de linhas arrojadas com mais de 80 metros de altura. (Reprodução)
A construção, pelo governo, de um enorme “parque temático cristão” na cidade de Changsha, onde o líder da revolução comunista chinesa despertou, de alguma forma, para a política, está a provocar uma onda de protestos.
O referido “parque”, que inclui uma igreja de linhas arrojadas com mais de 80 metros de altura, além de um “centro de estudos bíblicos”, está a ser contestado também pela população local que o considera como uma “invasão cultural”.
Para muitos chineses, a região de Changsha é “sagrada”, por ser um local tão marcante para a vida de Mao Tsé-tung, e não entendem como pode o governo empenhar-se na construção de uma infra-estrutura de carácter religioso nesta cidade.
De facto, além da questão da localização, este projecto representa um sinal contraditório sobre a posição do governo chinês face à liberdade de culto dos cristãos.
Se em Changsha patrocina a edificação de um templo de dimensões grandiosas, a verdade é que tem vindo a promover uma política de perseguição pública por exemplo em Wenzhou e Hangzhou, na província de Zhejiang, situada no leste da China, visível na demolição de cruzes e mesmo de alguns templos.
A questão da relação com os cristãos é de facto muito complexa neste país, pois Pequim e Santa Sé não têm relações diplomáticas desde 1951, dois anos depois de Mao Tsé-tung ter proclamado a República Popular da China.
Nesse ano, o regime comunista expulsou o núncio apostólico – o embaixador da Santa Sé – e começou uma dura perseguição aos cristãos, com a detenção de bispos, sacerdotes, irmãs e muitos leigos.
A Santa Sé mudou então a sede da sua representação diplomática de Pequim para Taipé e é hoje um dos poucos Estados que mantém relações com Taiwan em detrimento da China.
Quase uma década depois do fim das relações diplomáticas com o Vaticano, Pequim criou, em 1957, uma “Igreja Patriótica” – a Associação Patriótica dos Católicos Chineses – que tem como missão controlar a actividade dos católicos no país, sendo que é através desta associação que o governo procede à nomeação dos seus bispos.
Os cristãos – bispos, sacerdotes e leigos - que se mantém em fidelidade ao Papa – fazem parte da chamada Igreja Clandestina”.
Actualmente estão em curso negociações entre Pequim e o Vaticano com o propósito de se melhorarem – ou normalizarem – as relações entre ambos os Estados, tendo o Papa Francisco já manifestado, por mais de uma vez, interesse em visitar a China.
Ajuda à Igreja que Sofre
Nenhum comentário:
Postar um comentário