sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Frio extremo dizima gado dos nômades na Mongólia

 domtotal.com
O fenômeno provocou a morte de mais de 40 mil cabeças de gado e ameaça dezenas de milhares de nômades.
Animais mortos próximo à fazenda em Khuvsgul, Mongólia, em 12 de fevereiro de 2017.
Animais mortos próximo à fazenda em Khuvsgul, Mongólia, em 12 de fevereiro de 2017. (IFRC/AFP)

Um fenômeno climático excepcional, caracterizado por um inverno extremamente rigoroso, provocou neste ano a morte de mais de 40.000 cabeças de gado nas estepes da Mongólia e ameaça dezenas de milhares de nômades, o que levou a Cruz Vermelha a lançar um apelo internacional nessa quinta-feira.

A Mongólia foi muito afetada neste ano pelo "zud", um fenômeno climático típico do país, que consiste em uma onda de frio extremo no inverno, seguida de um verão muito quente, explicou em um comunicado a Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha (IFRC).

A rarefação dos pastos durante o verão impede que cabras, ovelhas e vacas se alimentem suficientemente para suportar o inverno extremo, quando as temperaturas caem abaixo dos -50ºC. As geadas e nevadas excessivas complicam ainda mais o acesso dos animais às áreas verdes.

Cerca de 42.500 animais já morreram de fome e frio, segundo dados das autoridades mongóis, atualizados no início de fevereiro.

"O número de animais mortos neste ano deve crescer de forma exponencial nos próximos meses", alertou a Cruz Vermelha.

"Na primavera, quando os animais dão à luz, esgotados pelo inverno, há um risco elevado de que não possam encontrar alimento e refúgio suficientes, nem os cuidados veterinários que necessitam", disse Nordov Bolormaa, secretário-geral da IFRC em Ulan Bator.

O desastre é de amplas proporções no país, onde a perda do gado priva muitas famílias do seu meio de subsistência.

Normalmente, o zud ocorre a cada 12 anos, mas nos últimos anos vem ocorrendo com muito mais frequência, a cada quatro anos ou inclusive em anos consecutivos, o que alguns cientistas atribuem às mudanças climáticas.

Um zud que golpeou o país no inverno de 2015-2016 acabou com a vida de ao menos 350.000 animais.

A repetição da catástrofe meteorológica pelo segundo ano consecutivo põe "em risco" mais de 157.000 pessoas, alertou a organização internacional.

AFP

Nenhum comentário:

Postar um comentário