Agência Ecclesia 03 de Fevereiro de 2017, às 12:53 Foto: Lusa
Coordenador mundial desta rede destaca a importância de ouvir «indicações para o futuro» de um ideal social nascido há 25 anos
Cidade do Vaticano, 03 fev 2017 (Ecclesia) – O Papa vai receber este sábado no Vaticano centenas de empresários da Economia de Comunhão, integrados num encontro mundial promovido pelo Movimento dos Focolares.
Numa entrevista publicada hoje, o coordenador internacional da rede de Economia de Comunhão realça a importância de poder ouvir de Francisco “novas indicações para o futuro”, em torno de um projeto nascido há 25 anos e que tem como grande objetivo contrariar a lógica “do lucro” e colocar a economia ao serviço de todos.
“A Economia de Comunhão precisa hoje de novos ‘input's’, novas metas e desafios, o mundo mudou muito rapidamente e está muito longe daquele contexto de 1991 quando a Economia de Comunhão nasceu. E acredito que não há melhor pessoa que o Papa Francisco para que nos indicar novas perspetivas e desafios”, realça Luigino Bruni.
Aquele responsável destaca ainda a figura do Papa argentino como alguém que “continua a surpreender” o mundo e a Igreja Católica “desde o primeiro dia da sua eleição”.
Este sábado em Roma estarão presentes representantes de 51 países, empresários e outros agentes que nos seus respetivos meios estão empenhados em promover uma economia diferente, mais humana e inclusiva, que tenha em conta desafios como a pobreza e o desemprego, que proponha mais o “dar” em vez do “ter”.
O ideal da Economia de Comunhão partiu da fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich, que tendo em conta contextos como o das favelas no Brasil desafiou um grupo de empresários a fundarem empresas que, seguindo as leis de mercado, produzissem rendimentos que depois pudessem ser colocados ao serviço do desenvolvimento.
Desde 1991, este projeto transformou-se numa rede internacional que abrange os mais variados países e continentes.
No encontro com o Papa estarão representadas 20 nações da Europa mas também outras da Ásia, como a China, Coreia, Filipinas, Hong Kong, Índia, Vietname; e de África, como a República dos Camarões, Costa do Marfim, Etiópia, Uganda, Nigéria e República Democrática do Congo.
Destaque também para a participação de membros de países do continente americano, como a Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, México, Panamá, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos da América.
De acordo com o coordenador da rede de Economia de Comunhão, os participantes vão aproveitar para “levar ao Papa alguns presentes”, como “um cálice chinês antigo e um quadro do pintor Michel Pochet sobre a misericórdia (Deus que chora com o povo)”.
“Mas o grande dom que levaremos será o nosso grupo, todos juntos, a Economia de Comunhão que apesar de sua simplicidade e pequenez em tamanho, há 25 anos testemunha ao mundo uma economia da gratuidade, que diz que as bem-aventuranças são verdadeiras também na vida económica e que os pobres podem ter esperança”, conclui Luigino Bruni.
JCP
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