Por Matthew Cullinan Hoffman, LifeSiteNews, 3 de março de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com: O arcebispo que agora está no comando da Pontifícia Academia para a Vida pagou a um artista homossexual para pintar um mural homoerótico blasfemo em sua igreja-catedral em 2007. No mural está incluída uma imagem do próprio arcebispo.
O arcebispo Vincenzo Paglia também foi recentemente nomeado pelo Papa Francisco como presidente do Pontifício Instituto João Paulo II de Estudos sobre Casamento e Família.
O enorme mural ainda cobre o lado oposto da fachada da igreja catedral da Diocese de Terni-Narni-Amelia. Ele retrata Jesus puxando duas redes para o céu cheia de homossexuais nus e semi-nus, transexuais, prostitutas e traficantes de drogas, misturados entre si em abraços eróticos.
Incluído em uma das redes está Dom Paglia, que era então bispo diocesano. A imagem do Salvador foi pintada usando como modelo o rosto de um cabeleireiro local e suas partes íntimas podem ser vistas através de suas vestes translúcidas.
De acordo com o artista, um argentino homossexual chamado Ricardo Cinalli, conhecido por suas pinturas de corpos masculinos, Dom Paglia o selecionou em uma lista onde constavam dez artistas internacionalmente conhecidos, com a tarefa específica de pintar a parede interna da fachada. Dom Paglia, juntamente com Padre Fabio Leonardis, supervisionou cada detalhe da obra de Cinalli. De acordo com Cinalli, que o diz em tom de aprovação, Dom Paglia nunca lhe perguntou se ele acreditava ou não na doutrina cristã da salvação.
“Trabalhar com ele foi humana e profissionalmente fantástico”, disse Cinalli ao jornal italiano La Repubblica, em março do ano passado. “Nunca, em quatro meses, durante os quais nos víamos quase três vezes por semana, Paglia jamais me perguntou se eu acreditava ou não na salvação. Ele nunca me colocou numa posição desconfortável”.
“Não houve nenhum detalhe que fosse feito livremente, por acaso”, acrescentou Cinalli. “Tudo foi analisado. Tudo foi discutido. Nunca me permitiram trabalhar sozinho.
Cinalli admite ao jornal La Repubblica que as pessoas nuas nas redes são destinadas a serem “eróticas”, embora Dom Paglia tenha traçado um limite quando Cinalli propôs mostrar as pessoas realmente copulando.
“Neste caso, não havia – neste sentido – uma intenção sexual, mas sim erótica”, disse Cinalli. “Eu acho que o aspecto erótico é o mais perceptível entre as pessoas que estão dentro das redes”. Ele acrescentou mais tarde: “A única coisa que eles não me permitiram inserir foi o coito explícito entre duas pessoas dentro desta rede, onde tudo é permitido”.
A razão pela qual ele não foi autorizado a ser tão explícito, diz Cinalli, é que sua pintura já havia feito o suficiente para demonstrar a noção de que o homem tem “liberdade” nesta vida, e até mesmo na próxima, para se engajar em qualquer comportamento sexual que que julgar apropriado. “O bispo e o Padre Leonardis… me disseram que não achavam necessário chegar a esse extremo para demonstrar a liberdade que o homem, na realidade, já tem neste mundo e no próximo”.
A Igreja Católica condena todas as formas de comportamento sexual fora da relação sexual natural entre um homem e uma mulher unidos no casamento, incluindo a sodomia homossexual, e adverte que aqueles que morrem sem o arrependimento de tais pecados sofrerão a condenação eterna. A doutrina, que é encontrada no Antigo e Novo Testamentos da Bíblia, está refletida no Catecismo da Igreja Católica, que chama os atos homossexuais de “intrinsecamente desordenados” e acrescenta: “Em nenhuma circunstância podem ser aprovados”.
Sob a supervisão de Paglia, Cinalli pintou o próprio arcebispo em uma das redes “eróticas”, semi-nu e abraçado a um homem de barba envolto apenas em um lençol solto. Ele também pintou o Padre Leonardis, então chefe do Escritório de Patrimônio Cultural, como um homem nu e musculoso, com uma tatuagem da flecha do cupido atravessando um coração contendo a palavra “amor”, enredado com outros em uma das redes “eróticas”.
Cinalli disse a La Repubblica que Padre Fabio, que morreu logo após a pintura ter sido concluída, era um homem ainda na casa dos cinquenta anos muito “aberto”, mas se recusou a dizer se ele era um homossexual.
“Padre Fabio era completamente aberto”, disse Cinalli. “Não cabe a mim dizer se ele era homossexual ou não – não é importante, mas sua abertura foi absoluta”.
Cinalli explicou ao jornal La Repubblica que ele usou como modelo para o rosto de Jesus, o rosto de um cabeleireiro local porque as pessoas vêem Cristo de uma maneira que é “muito masculina”.
Cinalli admite que sua obra não foi bem recebida por muitos na Diocese de Terni-Narni-Amelia, que ficaram tão indignados com a obra, que Cinalli chegou a pensar que ela poderia ser destruída depois da morte de Padre Fabio. No entanto, Dom Paglia resistiu a tais pressões até deixar a diocese em 2012, e seu sucessor também resolveu deixar o mural no lugar.
LifeSite pediu à assessoria do Arcebispo Paglia para comentar, mas nenhuma resposta foi recebida até agora.
Vincenzo Paglia encarregado das questões de vida e família pelo Vaticano
Embora o mural tenha gerado controvérsia na diocese de Paglia, ele passou despercebido pelo radar da mídia nacional italiana, e a promoção de Paglia a arcebispo, bem como sua nomeação para presidente do Conselho Pontifício para a Família em 2012, não geraram nenhuma controvérsia. Em pouco tempo, porém, ele começou a dar pistas de suas atitudes liberais em relação à moralidade sexual, alegando já em 2013 que a Igreja Católica favorece “proteções legais e de herança para pessoas que vivem juntas, mas não são casadas” e se opõe a enquadrar a homossexualidade como um crime. Quando seus comentários receberam uma cobertura negativa da mídia Católica, ele afirmou que suas intenções foram “deturpadas”, mas não se retratou das suas declarações.
No início de 2015, sob a direção do Arcebispo Paglia, o Pontifício Conselho para a Família organizou uma série de palestras que levantaram a possibilidade de se dar a Sagrada Comunhão a pessoas que vivem em adultério mediante um segundo casamentos civil, após algum período de penitência pública. As palestras foram então publicadas em um livro, ironicamente chamado de “Família e Igreja: um vínculo indissolúvel”.
Em julho de 2016, ainda sob a direção do Arcebispo Paglia, o Pontifício Conselho para a Família publicou um novo programa de educação sexual que inclui imagens lascivas e pornográficas tão perturbadoras que um psicólogo sugeriu que o arcebispo fosse avaliado por uma comissão de revisão, de acordo com as normas da Carta de Dallas, que se destina a proteger crianças de abuso sexual.
“Minha reação profissional imediata foi de que essa abordagem obscena ou pornográfica abusa psicologicamente e espiritualmente dos jovens”, disse o Dr. Richard Fitzgibbons, um psiquiatra que foi consultor da Congregação para o Clero no Vaticano e que atuou como professor adjunto no Instituto João Paulo II de Estudos sobre Casamento e Família na Universidade Católica da América. “Como profissional que tratou tanto de sacerdotes como vítimas da crise do abuso sexual na Igreja, o que eu achei particularmente preocupante foi que as imagens pornográficas neste programa são semelhantes às usadas por predadores sexuais adultos de adolescentes”.
Em agosto do ano passado, o Papa Francisco transferiu Dom Paglia do Pontifício Conselho para a Família para a presidência da Pontifícia Academia para a Vida, bem como do Pontifício Instituto João Paulo II de Estudos sobre Casamento e Família, duas organizações fundadas pelo Papa São João Paulo II para defender a santidade da vida humana e os valores familiares. Logo se tornou evidente que a Academia estava sendo radicalmente transformada, quando novos estatutos que já não exigiam que os membros assinassem uma declaração de fidelidade aos ensinamentos perenes da Igreja Católica sobre o direito à vida, foram sancionados. Em 17 de fevereiro, foi confirmado que todos os membros associados à Academia tinham sido demitidos, deixando apenas Paglia e sua equipe no topo de uma organização vazia e com outros propósitos.
No mesmo dia, o Arcebispo Paglia fez um discurso elogiando o recém-falecido fundador do Partido Radical da Itália, Marco Pannella, um bissexual promíscuo cuja carreira foi largamente vivida atacando os valores da fé católica e da própria Igreja Católica. Apesar de Pannella ter lutado vigorosamente pela legalização do aborto, do “casamento” homossexual, dos “direitos” dos transexuais, do divórcio e uniões livres, além de procurar dissolver a concordata entre a Igreja e o Estado Italiano, Paglia o chamou de “homem de grande espiritualidade”, e disse que sua morte foi “uma grande perda, não só para o povo do Partido Radical, mas também para o nosso país”.
“Sua história mostra como um homem pode ajudar a história a avançar na defesa da dignidade de cada pessoa, especialmente aqueles que são marginalizados”, disse o Arcebispo Paglia. “Tenho grande prazer em dizer que Marco era verdadeiramente um homem espiritual que lutou e esperou contra toda a esperança.” Paglia concluiu: “Devemos receber e manter a sua (Panella) vitalidade”.
Veja o vídeo La Repubblica com a entrevista com Ricardo Cinalli (em espanhol e italiano) e que contém imagens mais detalhadas do mural.
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