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Cardeal é tido como opositor ao projeto de Francisco e parece não colaborar com a política de 'tolerância zero' contra abusadores e acobertadores pedida pelo papa.
Cardeal é figura controversa no meio católico. (ACI)
Por Cameron Doody
Por sua manifesta oposição ao projeto do Papa Francisco. Por suas recusas para colaborar com a “tolerância zero” com os abusadores e acobertadores que o Pontífice defende resolutamente. Por sua falta de empatia com as vítimas. Por todas estas razões, católicos de todo o mundo já começaram a pedir a saída do cardeal Gerhard Ludwig Müller como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
A organização internacional de católicos reformistas Nós Somos a Igreja (We are Church) pediu ao Papa Francisco o afastamento e a substituição do cardeal Gerhard Ludwig Müller por sua falta de “transparência, justiça e compaixão”.
“Após três anos de mandato, os esforços do Papa para reformar a Igreja católica romana estão estagnados”, diz a nota divulgada na segunda-feira pela associação.
O texto acrescenta que “a cúria conservadora está lutando para manter o poder e o controle e impede as reformas do Papa destinadas a fazer da nossa Igreja uma Igreja mais compassiva, à imagem de Cristo”.
Ao recordar que “o ministério mais poderoso do Vaticano é a Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo cardeal Gerhard Müller”, a organização defende que a mesma “rejeitou o pedido da Pontifícia Comissão contra os Abusos de que todas as cartas das vítimas deveriam ter uma resposta”.
A nota diz, além disso, que a Congregação para a Doutrina da Fé “recusou-se a permitir que um tribunal seja criado para indagar e censurar os bispos sobre o acobertamento dos abusos sexuais” e negou-se a “alterar os processos que segue para investigar sacerdotes e religiosos, que são injustos e contrários à justiça natural”.
Sigrid Grabmeier, presidente da Nós Somos Igreja, argumenta que “a Congregação para a Doutrina da Fé transformou-se no símbolo daqueles aspectos da nossa Igreja orientados a proteger e preservar o poder institucional, muitas vezes à custa do Povo de Deus”.
“Muitos católicos veem nisso uma perversão e não um exemplo do Evangelho. Pelo bem da nossa Igreja, uma mudança substancial – uma conversão, na realidade – é necessária nesta importante oficina. E rapidamente”, destacou.
“A fim de avançar rumo a Igreja renovada e reformada – termina a nota –, a Nós Somos Igreja Internacional pede ao Papa Francisco para que substitua o cardeal Gerhard Müller por alguém que introduza transparência, justiça e compaixão na Congregação para a Doutrina da Fé”.
Religión Digital/ IHU - Tradução: André Langer.
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