sexta-feira, 10 de março de 2017

Igreja/Portugal: Peregrinos são protagonistas do século de Fátima

Agência Ecclesia 10 de Março de 2017, às 10:47        Santuário de Fátima (AH/Agência ECCLESIA)

Santuário de Fátima (AH/Agência ECCLESIA)
Irmã Ângela Coelho, que acompanha causas de canonização dos Pastorinhos, aborda dimensão universal dos valores propostos na Cova da Iria


Fátima, 10 mar 2017 (Ecclesia) - A Irmã Ângela Coelho, que acompanha causas de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto e da Irmã Lúcia, videntes de Fátima, considera que os peregrinos têm sido decisivos nos cem anos após as Aparições.

“A ‘Mensagem de Fátima’ é também o peregrino que a atualiza em cada tempo”, sustenta a religiosa, em entrevista publicada hoje no Semanário ECCLESIA, a pouco mais de dois meses da celebração do Centenário das Aparições e da visita do Papa Francisco à Cova da Iria.

A responsável fala da ‘Mensagem de Fátima’ como “uma tela” que se vai tecendo com “diversos fios”.

“Esta tela belíssima com cem anos de construção está a ficar cada vez mais lindíssima. Precisamente porque é tecida com os fios das páginas do Evangelho”, acrescenta.

Para a vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia, a mais velha dos videntes de Fátima, conhecidos como os Pastorinhos, a religiosa “tem um protagonismo especial” em toda esta história porque é a “interlocutora de Nossa Senhora”.

A irmã Ângela Coelho sustenta ainda que a Mensagem de Fátima não se esgota nas ‘Memórias’ da Irmã Lúcia.

“Obviamente que as Memórias da Irmã Lúcia são o registo do ser humano mais credível e fiel relativamente àquilo que foi acontecendo em 1917. Todavia, considero que a ‘Mensagem de Fátima’ é muito para além disso que a Lúcia regista, escreve e recorda”, precisa.

Para a responsável, a “nomenclatura” usada para falar de Fátima “toca nas necessidades mais profundas do ser humano”.

“Se olhamos para Fátima de forma superficial, corremos o risco de o vermos como fenómeno sociológico. No fundo há diversos olhares que podemos ter sobre o evento Fátima. Somos todos desafiados a aprofundar este acontecimento”, prossegue.

A irmã Ângela Coelho entende que na Cova da Iria são propostos valores “universais”, numa linguagem compreensível “para crentes e não crentes”.

“Muitos chegam distraídos… Depois olham para aquela imagem pequenina, na Capelinha das Aparições, e alguma coisa acontece. Fátima pode ser um excelente ponto de partida”, defende.

A irmã Ângela Coelho afirmou que a Mensagem de Fátima revela “uma forma materna” de exprimir as “verdades do Evangelho”, traduzida também nas expressões que Nossa Senhora diz à Irmã Lúcia ‘não tenhas medo, eu nunca te deixarei’, ou ‘o meu coração será o teu refúgio.

A postuladora da causa de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto admitiu, por outro lado, que o Papa traga “novidades” sobre a canonização dos dois pastorinhos, durante a sua visita a Fátima.

“O Papa pode trazer novidades, eu não sei. De facto, o estudo do milagre prossegue, ainda não está concluído, falta ainda uma comissão analisar, caberá depois ao Santo Padre onde e quando quer anunciar e fazer a canonização”, assinalou.

A mais recente edição do Semanário ECCLESIA apresenta, além da entrevista à Irmã Ângela Coelho, um conjunto de 10 textos sobre o Centenário de Fátima e a próxima visita do Papa Francisco à Cova da Iria.

LS/LFS/OC

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