Mais de 10 milhões de pessoas requerem ajuda humanitária, das quais 7,1 milhões enfrentam uma "grave precariedade alimentar"
msky AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS 12 DE MARÇO DE 2017 SALVAR EM MINHA LISTA DE LEITURAS
Kate Holt /eyevine/EAST NEWS
As Nações Unidas alertaram que o mundo sofre hoje com a pior crise humanitária desde o final da Segunda Guerra Mundial, com o risco de que 20 milhões de habitantes de quatro países padeçam de desnutrição e fome.
Iêmen, Somália, Sudão do Sul e Nigéria, afetados por conflitos armados, foram citados pelo subsecretário-geral e chefe das operações humanitárias da ONU, Stephen O’Brien, ante o Conselho de Segurança após uma visita a esses países.
O’Brien fez na sexta-feira um chamado urgente à mobilização, pedindo 4,4 bilhões de dólares à comunidade internacional até julho para “evitar uma catástrofe”.
“As Nações Unidas lançam um alerta, o mundo enfrenta sua pior crise humanitária desde o final da Segunda Guerra Mundial, com mais de 20 milhões de pessoas que enfrentam a fome e a inanição em quatro países”, declarou.
“Do contrário, muita gente vai morrer de fome, perder seus meios de subsistência, e as conquistas políticas dos últimos anos serão revertidas”, acrescentou.
Segundo O’Brien, “sem esforços coletivos e coordenados globalmente, as pessoas simplesmente morrerão de fome. Muitos mais sofrerão e morrerão de doenças”, disse.
Atualmente, o Iêmen é cenário da “pior crise humanitária no mundo”. Dois terços dos seus 18,8 milhões de habitantes precisam de assistência e mais de sete milhões “não sabem de onde virá seu próximo alimento”, indicou o O’Brien, lembrando os deslocamentos maciços da população devido aos combates entre forças do governo e rebeldes xiitas huthis.
O conflito já deixou mais de 7.400 mortos e 40.000 feridos desde março de 2015, segundo a ONU.
No Sudão do Sul, O’Brien encontrou “a situação pior do que nunca” devido à guerra civil que atinge o país desde dezembro de 2013, e responsabilizou as partes beligerantes pela fome no país.
Mais de 7,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária neste país, que tem 3,4 milhões de deslocados.
Na Somália, mais da metade dos seus 6,2 milhões de habitantes requerem assistência e proteção, incluindo 2,9 milhões de ameaçados pela fome.
Cerca de um milhão de crianças menores de cinco anos sofrerão desnutrição grave neste ano, acrescentou O’Brien.
A Somália vive há três décadas uma situação de caos e violência, causada por milícias de clãs, grupos criminosos e a insurreição de islamistas do grupo Al-Shabaab.
O nordeste da Nigéria, foco de uma insurreição dos extremistas do Boko Haram desde 2009, é golpeado pelo aquecimento global e pela má governança.
Mais de 10 milhões de pessoas requerem ajuda humanitária, das quais 7,1 milhões enfrentam uma “grave precariedade alimentar”, apontou O’Brien.
(AFP)
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