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Os estudos nessa linha continuam procurando agora respostas sobre a recuperação do volume de madeira nas áreas manejadas na Amazônia internacional.
Estudo contribui com conhecimento sobre o comportamento da floresta diante de incêndio. (Divulgação)
Foi realizado o primeiro mapeamento de recuperação de carbono na floresta amazônica e emissões lançadas pela atividade de colheita de madeira comercial na região. O estudo foi publicado no periódico eLife pela rede pan-tropical de pesquisadores chamada Observatório de Florestas Tropicais Manejadas – TmFO (http://www.tmfo.org/), que congrega 19 instituições internacionais, entre elas a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.
Entre os cientistas está o professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Edson Vidal, que explica que foram estudados dados de longo prazo de 133 parcelas permanentes de 13 sites experimentalmente perturbados em toda a Amazônia, para modelar as alterações nos estoques de carbono acima do solo nas primeiras décadas após o manejo florestal com exploração de impacto reduzido. “Os resultados mostram que, para algumas florestas manejadas, árvores sobrevivendo podem ser mais confiáveis para armazenar as emissões de carbono do que árvores recém-recrutadas (árvores juvenis que regeneraram naturalmente nas florestas manejadas).”
Segundo Vidal, a colheita de madeira por meio de manejo florestal com exploração de impacto reduzido fez com que as árvores da floresta ao norte da Amazônia recuperassem sua capacidade de absorver CO2 da atmosfera mais rapidamente que as da floresta ao sul.
O docente enfatiza também as implicações práticas desses resultados para a conservação da Amazônia. “Os resultados levam ao reconhecimento de que o Manejo Florestal com Exploração de Impacto Reduzido pode ser uma atividade econômica que, além de gerar conservação e desenvolvimento, ainda poderá contribuir para redução das emissões de gases de efeito estufa quando árvores sadias sobrevivendo na floresta remanescente são preservadas.”
Além da dinâmica de CO2 diante da atividade madeireira, o estudo contribui ainda com o conhecimento sobre o comportamento da floresta diante de incêndio. “Nossas descobertas também podem dar pistas úteis para prever respostas da floresta com relação à perda de carbono por incêndios e outros eventos provocados pela mudança climática, que ironicamente é causada, em parte, pela perturbação em massa pelo desmatamento”, reforça.
Os estudos nessa linha continuam procurando agora respostas sobre a recuperação do volume de madeira nas áreas manejadas na Amazônia internacional; o nível de resiliência das florestas tropicais a distúrbios do manejo florestal com exploração de impacto reduzido; valoração para a conservação das florestas naturais; relação entre sustentabilidade econômica e ambiental e a variação do comportamento florestal nas várias regiões e continentes.
Jornal USP, 29-03-2017.
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