Rio de Janeiro, 07 Abr. 17 / 07:00 am (ACI).- Em uma nota de repúdio à descriminalização do aborto, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta, lançou uma convocação a que todos se unam à “batalha pela vida”, frente as mais recentes tentativas de implantar o aborto no Brasil, qualificado por ele como a maior das ameaças à dignidade humana.
O Purpurado alerta que “emergem novas investidas contra a vida, que envolvem políticos e ativistas que apelam aos membros do STF (Supremo Tribunal Federal), este que logo julgará a matéria da petição que apela pela descriminalização da prática do aborto até as 12 semanas de vida”, ação protocolada pelo PSOL juntamente com o Instituto Anis.
“Nós, pastores do povo de Deus, repudiamos com veemência o aborto em todas as suas formas, bem como sua descriminalização”, declara o Arcebispo, ao acrescentar que também demandam, “em respeito à vida e ao povo brasileiro, que as autoridades civis somem-se a nós nesta busca pela paz e pelo progresso de nossa nação, que começa no direito à vida, defendido sem nenhuma exceção desde o momento de sua concepção até seu fim natural”.
Dom Orani exorta os cidadãos a se manifestarem pacificamente e saúda os movimentos, associações e grupos pró-vida de apoio à mulher e ao nascituro. “Vocês não estão sozinhos”, garante.
“Convocamos que mais pessoas se unam a essa batalha pela vida. Estejamos unidos na Eucaristia, que é a força de nosso labor pela vida”, acrescenta.
Em sua nota, o Purpurado recorda que “quando a sociedade vive o clima de caminhada para a Páscoa, certeza da vida que vence a morte, é imperioso que de novo saiamos em defesa da vida daqueles que não têm voz”.
De acordo com ele, os tempos atuais demandam a “oração e a unidade do povo cristão” frente a ameaças “à dignidade humana e à paz”. “E de todas essas ameaças à dignidade – ressalta –, qual poderia ser maior além daquela que sentencia a morrer os cidadãos inocentes que apenas buscam viver?”.
Dentre os brasileiros que mais correm o risco dessa sentença, Dom Orani chama a atenção para “os filhos da pátria não-nascidos, perseguidos desde a sua concepção”.
Esta realidade recorda, segundo o Arcebispo, a narrativa do Apocalipse, no qual aparece “a mulher que está prestes a dar a luz a um filho e que é perseguida pelo dragão que anseia loucamente devorar o filho que lhe nascer” (cf. Ap 12,1-17).
“E esse dragão hoje tem um nome, é chamado ‘cultura de morte’ e ele alça seu voo homicida sobre nossas cabeças para, através do aborto, ceifar vidas”, adverte.
Nesse sentido, lembra que o próprio “Jesus atribui a si a vida dos padecentes, pequeninos e inocentes”, ao dizer que “o que fizerdes ao menor dos vossos irmãos, é a Mim que o fazeis”.
Além disso, assinala o Cardeal, Cristo também deixa claro que ao perseguir os “cristãos inocentes”, os “que sofrem sem amparo e defesa”, é a Ele que se está perseguindo.
“E digo-vos que Cristo mais uma vez está sendo perseguido nos inocentes que não têm sequer direito de ter seu nome civil e nem mesmo o de cristão, pois morrem antes pelas mãos deste sanguinário dragão”.
Entretanto, garante o Cardeal Tempesta, “Cristo mesmo lhes dá um nome, o seu nome quando diz: ‘é a mim que o fazeis’. E reitera a estes algozes: ‘Por que me persegues?’; e se faz advogado dos inocentes diante do Pai”.
Assim, assumindo sofrer junto com Cristo diante de tal realidade, assegura: “Advogaremos com Ele até o fim, mesmo depois de qualquer sentença dada, e não nos cansaremos de recorrer a favor da vida como direito natural dos concebidos”.
“Que a Páscoa que se aproxima preencha os nossos corações com a certeza da vitória da vida sobre a morte e da caminhada histórica de um povo que não perde a esperança porque baseada n’Aquele que ressuscitou e vive presente entre nós”, conclui.
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