Padre Geovane Saraiva*
As maravilhas de Deus na história
da salvação têm seu ponto mais elevado e supremo na ressurreição de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Permanecendo sempre conosco, o Senhor ressuscitado,
contagiando-nos com sua graça, oferece-nos a salvação e torna nossa vida humana
contraditória, fecunda e cheia de graça. Nesse sentido, a Páscoa deve ser um
grito, um clamor, um anúncio e a proclamação, numa só fé, da busca de um mundo
marcado pela esperança. Que possamos encontrar Jesus em nossas comunidades de
fé, na renovação do maravilhoso anúncio: o de que Jesus ressuscitou de verdade.
A Páscoa deve ser um processo que
se concretiza através do compromisso ético, na ação pastoral, no trabalho, no
convívio social e nas mais diferenciadas atividades das pessoas de fé, na busca
do sonho maior: o da humanidade realizada e reconciliada no amor. Na certeza de
que “o Cristo, Nossa Páscoa”, com toda a sua força, renova e fecunda a face da
terra, a celebração da Páscoa, com seus ritos antigos, com toda a sua beleza e
profundidade, tanto poética quanto profética, deve nos estimular e desafiar a
vivermos o nosso batismo. Ficarmos só no rito seria muito triste ao coração de
Deus.
Páscoa é o grande milagre: o de
ir ao encontro da vida e se distanciar da morte. A Igreja sempre dá uma grande
importância à simbologia do fogo, na luz do Círio Pascal, luz que no meio da
escuridão é sinal do Senhor ressuscitado, da vitória diante da angústia da
morte. O fogo como sinal da presença de Deus no decorrer da história. A luz é a
própria vida, pela presença do Cristo Jesus, trazendo vida à criatura humana,
naquele “duelo forte e mais forte, na vida que vence a morte”.
A celebração da Páscoa é o
acontecimento central da nossa fé. Jesus ressuscitado encontra-se onde se
percebe a vida de generosidade, solidariedade e amor. Deus é um Pai, de tal
modo bom, terno e afável que, ao ressuscitar seu Filho, convence-nos da
importância da sua presença como eixo central, motivador, transformador e
vivificador. Que sejamos inundados pela presença permanente e perpétua do
Senhor ressuscitado em nosso meio.
Quando vamos ter uma Igreja
verdadeiramente com sinais de esperança, com um rosto pascal? Somos desafiados
a construir essa Igreja, associados ao Papa Francisco, ao afirmar na noite de
Páscoa de 2017: "Vamos anunciar, partilhar e revelar que é verdade: o
Senhor está vivo". Amém!
*Pároco de Santo Afonso, Jornalista, Vice-Presidente da
Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de
Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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