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O húngaro George Soros, já apoiou três grupos pró-aborto na Irlanda com um total combinado de cerca de 400.000 dólares.
Dado que a lei irlandesa é um desafio para o regime de aborto na maioria dos países ocidentais,grandes personalidades internacionais querem que a Irlanda altere sua lei. (Divulgação/ Pixabay)
Por David Quinn*
O bem maior está sendo visto internacionalmente através do crescente interesse no resultado do iminente plebiscito irlandês sobre o aborto, planejado para o próximo ano. Eles querem que os eleitores irlandeses apaguem de sua constituição a chamada Oitava Emenda, que dá ao feto o mesmo direito à vida que qualquer outro ser humano.
O aborto só é permitido na Irlanda quando a vida da mãe está em risco real e substancial. Esta alteração foi inserida na constituição após um referendo em 1983 que foi aprovado com uma diferença mínima.
Desde então, a opinião liberal secular se empenhou em derrubar esse referendo. Quando os liberais perdem um referendo, eles não aceitam uma negativa como resposta e os liberais irlandeses encontraram muitos aliados no exterior em busca de mudanças.
Entre esses aliados estão: o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, vários comitês das Nações Unidas, incluindo o Comitê de Direitos Humanos da ONU e o Comitê da ONU contra a Tortura (sim, tortura) e o bilionário George Soros.
Através de suas Fundações da Sociedade Aberta, o húngaro George Soros, já apoiou três grupos pró-aborto na Irlanda, incluindo o ramo irlandês da Anistia Internacional, com um total combinado de cerca de 400.000 dólares (£ 295.000). Os outros dois grupos são a Irish Family Planning Association e a Abortion Rights Campaign.
Um documento vazado da Open Society Foundations revelou os motivos do financiamento. Segundo o documento, era para que os três grupos pudessem "trabalhar coletivamente em uma campanha para revogar a emenda constitucional da Irlanda, concedendo direitos iguais a um embrião implantado em uma mulher grávida".
Continuou: "Com uma das leis de aborto mais restritivas do mundo, uma vitória pode afetar outros países fortemente católicos na Europa, como a Polônia, e apresentar a prova muito necessária de que a mudança é possível, mesmo em lugares altamente conservadores".
Esses grupos pró-aborto na Irlanda estão recebendo financiamento estrangeiro, mas ao mesmo tempo estão recebendo muita pouca cobertura da mídia e quase nenhuma reação política. Isso ocorre apesar do trabalho de jornalistas e políticos que mostram um interesse permanente em supostos financiamentos estrangeiros de organizações pró-vida irlandesas. A falta de curiosidade no financiamento estrangeiro de tendências pró-escolha diz muito sobre o duplo padrão da mídia irlandesa e de muitos políticos.
Em qualquer caso, o motivo pelo qual as Fundações da Sociedade Aberta justificam o financiamento – transformar um país fortemente em prol da vida em um país pró-aborto seria um exemplo para outros países - também é a razão pela qual Justin Trudeau e a Organização das Nações Unidas considera oportuno criticar a nossa lei pró-vida.
Quando Trudeau conheceu recentemente o novo primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, no Canadá, ele criticou a Oitava Emenda e indicou que a Irlanda deveria revogá-la em nome dos "direitos humanos". Não há nenhuma indicação de que ele se encontrou com qualquer resistência de Varadkar ou que o Taoiseach criticasse o Canadá e a sua lei extremamente permissiva, que permite o aborto até o nascimento por qualquer motivo e proporciona escassas proteções de consciência aos médicos e enfermeiras.
Varadkar se descreve como "pró-vida", mas favorece a revogação da Oitava Emenda, nos casos em que a saúde de uma mulher fosse considerada em risco. Este terreno será muito familiar para os leitores britânicos que sabem que isso levou a numerosos pedidos de aborto em seu país e quase 200 mil interrupções da gravidez por ano.
A ONU tem estimulado regularmente estas políticas, encorajada pelos grupos irlandeses pró-aborto. A Irlanda, como a Grã-Bretanha, é signatária de numerosos tratados da ONU, e novamente como a Grã-Bretanha, deve dar contas periodicamente perante este ou aquele comitê da ONU para informar sobre a forma como está implementando vários tratados.
Uma e outra vez, nos dizem que devemos permitir o aborto. Esses comitês da ONU são muito tendenciosos ideologicamente. Há muito tempo que eles são apoiados pela esquerda pró-aborto e eles estão mais do que felizes em dançar qualquer coisa que os grupos de aborto irlandeses desejem tocar. Os comitês nunca consideram os direitos do feto. Eles fingem que, qualquer tratado ou convenção da ONU, é responsável de supervisionar e justificar as autorizações de aborto. Isto é, apesar do aborto não ser mencionado em nenhum tratado ou convenção da ONU. Estes mesmos comitês dão a impressão falsa de que suas opiniões possuem um peso legal, mas simplesmente não o tem.
Em seguida, os governos irlandeses tendem a tirar o chapéu frente a esses comitês e tratá-los com uma deferência totalmente imerecida. Isso se adequa ao governo atual, é claro, porque quer ver nossa lei pró-vida derrubada. Por conseguinte, é conveniente que ele faça acreditar ao povo irlandês que "estamos ficando para baixo" aos olhos da comunidade internacional, liderada pela ONU, e que a ONU é de alguma forma o árbitro imparcial e objetivo da moralidade. Na verdade, a ONU atua como uma espécie de magistério para aqueles com uma persuasão liberal secular. Não pode ser questionado. A ONU falou, o assunto está fechado.
Por que essas figuras internacionais estão realmente tão decididas a nos ver mudar nossa lei de aborto? A explicação da caridade é que eles realmente acreditam no direito ao aborto e que a criança no útero tem poucos direitos, se houver. Muitos, obviamente, acreditam nisso.
Mas a explicação menos caritativa é que eles sabem que a lei da Irlanda e a ainda mais forte cultura pró-vida da Irlanda é uma repreensão permanente das leis do aborto e da cultura pró escolha que existe em praticamente todos os outros países ocidentais, incluindo a Grã-Bretanha.
No Reino Unido, uma gravidez em cada cinco termina no aborto. Na Suécia, é uma em cada quatro. A taxa irlandesa é cerca de uma em cada 18 gravidezes, mesmo admitindo que as aproximadamente 3.500 mulheres irlandesas viajem para a Grã-Bretanha a cada ano para fazer um aborto. Em outras palavras, a Irlanda mostra que, quando um país tem uma lei de aborto altamente restritiva, muito menos abortos ocorrem mesmo quando um vizinho permite o aborto e as mulheres podem viajar facilmente para lá.
Mas certamente, alguns ainda dizem, que nossa lei do aborto significa mais mortes de mulheres na gravidez. Este não é o caso. A taxa de mortalidade materna irlandesa é um pouco menor do que a britânica.
Contra isso, você pode ter lido sobre a trágica morte de Savita Halappanavar, que morreu em um hospital irlandês em 2012 depois de ter recusado um aborto. Mas aconteceu que ela morreu de sepse e o hospital não viu a infecção mortal até que já era tarde demais. Se soubesse que ela tinha sepse, poderia ter interrompido a gravidez, o que constituiu um erro grave em qualquer caso. Em hospitais britânicos, mulheres grávidas também morrem de sepse em raras ocasiões. A lei de aborto muito permissiva da Grã-Bretanha não as protege.
Dado que a lei irlandesa é um desafio para o regime de aborto na maioria dos países ocidentais, você pode ver por que as grandes personalidades internacionais querem que a Irlanda altere sua lei. A lei irlandesa salvou a vida de inúmeros bebês, além de proteger a vida das mulheres grávidas. Isso é um ganhar-ganhar. A Irlanda deve se orgulhar de sua lei. Outros países devem estar envergonhados.
Poderemos resistir à pressão interna e externa para mudar nossa cultura pró-vida? É provável que saibamos isto no próximo verão porque o referendo só terá lugar até então.
Catholic Herald - Tradução: Ramón Lara
*David Quinn é colunista no The Sunday Times e no The Irish Catholic, é fundador e diretor do Instituto Iona (ionainstitute.ie).
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