terça-feira, 24 de outubro de 2017

Temer: balcão de negociações às vésperas da votação de denúncia

 por Andréia Sadi

Resultado de imagem para Temer comprando votos
O presidente Michel Temer usou a reunião desta segunda-feira (23) no Palácio da Alvorada para fazer com seus aliados um pente-fino nas demandas dos deputados que ainda não prometeram seus votos contra a denúncia na Câmara. O presidente espera repetir o placar de votação da primeira denúncia. 

Aos parlamentares presentes, Temer se colocou à disposição para resolver as pendências dos deputados pessoalmente nesta terça (24). 

Segundo o Blog apurou, o presidente orientou aos aliados que levassem a ele nesta terça os parlamentares indecisos, pois estará o dia todo à disposição para negociar, com o gabinete presidencial de portas abertas. 

Nas palavras de um interlocutor do presidente, o encontro foi um "mercado de votos".

No Alvorada, alguns deputados sugeriram a Temer um encontro dele com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na véspera da sessão de votação. Maia, no entanto, não deu retorno sobre a sugestão de aliados de Temer.

Portaria do trabalho escravo
Auxiliares do presidente Temer afirmaram ao Blog que o presidente aguarda o Ministério do Trabalho para fechar modificações na portaria do trabalho escravo.

Temer atendeu a uma reivindicação da bancada ruralista, e autorizou a portaria do ministério que alterou as regras de fiscalização do trabalho escravo. O presidente quer os votos dos deputados da bancada.

Procurado pelo Blog, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que a portaria não será revogada, mas "aprimorada". Ele disse que, antes, submeterá as mudanças à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que já criticou a portaria.

"Revogada não será. Ela será aprimorada. Eu não posso dizer, estou evitando dizer para depois não cumprir [alterações]. As sugestões da doutora Raquel serão acolhidas. Sem ouvir a doutora Raquel não posso falar nada", disse o ministro.

O Blog perguntou se o ministro estava acompanhando a repercussão das críticas à portaria. Nesta segunda-feira, por exemplo, integrantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) criticaram a medida do governo. 

O ministro respondeu: "Estou observando. O Brasil vai se surpreender." 

Ao ser questionado pelo Blog sobre em qual sentido seria a surpresa, Nogueira respondeu: "Para o bem. Vamos erradicar o trabalho escravo".

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