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Mulheres se tornam oficiais de terceiro nível na cadeia de mando do Vaticano no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
Papa Francisco abençoa uma mulher durante sua audiência semanal na sala Paulo VI no
Vaticano em 9 de Agosto. (CNS photo/ L'Osservatore Romano)
Por Gerard O'Connell
O Papa Francisco nomeou duas mulheres italianas como subsecretárias no Dicastério do Vaticano para os Leigos, a Família e a Vida, liderada pelo cardeal Kevin Farrell.
O Vaticano fez o anúncio nesta segunda-feira e deu os nomes e perfis profissionais de ambas as mulheres: a professora Gabriella Gambino e a Dra. Linda Ghisoni. Elas agora se tornam oficiais de terceiro nível na cadeia de mando do Vaticano no departamento a elas confiado e são mais uma prova da determinação do Papa Francisco de atribuir posições importantes na Cúria Romana às mulheres.
Ambas as mulheres já colaboraram profissionalmente com o Pontifício Conselho para os Leigos de 2013 a 2016, desta forma já chegaram nos seus cargos de trabalho cumprindo suas funções.
No seu anúncio de ontem, o Vaticano disse que o Papa nomeou a professora Gambino, de 49 anos de idade, como subsecretária do escritório para a Vida desse dicastério. Nascida em Milão, estudou ciências políticas na Universidade de Milão em 1995 e posteriormente obteve um doutorado em bioética no Instituto de Bioética da Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma.
De 2001 a 2007, ela ensinou e realizou pesquisas em bioética na Universidade LUISS Guido Carli, em Roma. Em 2002, foi nomeada especialista científica do Comitê Nacional de Bioética, anexada ao escritório do primeiro ministro italiano. Ela colaborou com o Conselho Pontifício do Vaticano para os Leigos e a Pontifícia Academia para a Vida de 2013 a 2016 e, em 2017, foi professora visitante na seção brasileira do instituto de bioética da Universidade Católica de Salvador.
No momento da sua nomeação, foi professora de bioética na faculdade de filosofia da Universidade Tor Vergata de Roma, e professora associada e pesquisadora na faculdade de jurisprudência, além de professora do Pontifício Instituto Teológico das Ciências de Casamento e Família na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Ela é casada e mãe de cinco filhos.
O Papa Francisco também nomeou a Dra. Linda Ghisoni, de 52 anos de idade, como subsecretária do escritório para os leigos do mesmo dicastério do Vaticano.
Nascido em Piacenza, no norte da Itália, o Dr. Ghisoni se formou em filosofia e teologia pela Universidade Eberhard Karls em Tübingen, Alemanha, em 1991, e obteve um doutorado em direito canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma em 1999. Posteriormente, obteve um diploma em Praxis Administrativa na Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em 1994 e um segundo diploma como advogada no Tribunal da Rota Romana em 2002. Ela é casada e mãe de duas filhas.
Na sua qualidade de advogada, atuou em uma ampla gama de papéis, tanto no Vicariato de Roma quanto no Tribunal da Rota Romana, onde lidou com os casos de anulação do casamento. Ela colaborou com o Pontifício Conselho para os Leigos de 2013 a 2016 em estudos especializados relacionados aos leigos na igreja.
No momento da sua nomeação, ela era uma juíza no tribunal matrimonial do Vicariato de Roma, professora de direito canônico na Universidade Gregoriana e professora no departamento de direito da Universidade Roma Tre.
Quando falei com o cardeal Farrell há alguns meses, ele enfatizou que "os leigos têm uma vocação a cumprir na igreja". Como o Papa Francisco, ele disse: "Sou um firme crente de que o futuro da igreja depende deles. Sempre senti a necessidade de promover leigos dentro da igreja e dentro de sua organização".
Nessa entrevista, ele enfatizou o fato de que o novo estatuto do dicastério exige que os leigos qualificados ocupem a maioria dos postos chaves. O prefeito deve ser um cardeal, mas o secretário - a posição número dois - poderia ser outorgada a um leigo, disse ele, mas "é necessário que a pessoa que dirige o escritório leigo conheça muito bem e entenda tudo sobre movimentos dentro da igreja, e lei canônica". A nomeação do Dr. Ghisoni hoje atende esses últimos requisitos.
As nomeações de hoje são as mais recentes de uma série de nomeações desde que o Papa Francisco estabeleceu o novo dicastério do Vaticano para os leigos, a família e a vida, incorporando em um deles os outros dois conselhos anteriormente independentes um do outro. Ele então começou a reforma deste novo departamento nomeando o bispo Kevin Farrell de Dallas, Texas, como chefe deste novo dicastério. Ele deu-lhe licença para nomear leigos para posições chave e para internacionalizar o dicastério. Mas, como o cardeal me disse: "Foi uma luta encontrar pessoas competentes para preencher esses cargos".
Em maio passado, o Papa Francisco nomeou um padre brasileiro de 46 anos, o padre Alexandre Awi Mello, diretor nacional do movimento de Schoenstatt no Brasil, que ele conheceu no Dia Mundial da Juventude no Rio, como secretário do departamento.
No mesmo mês, ele nomeou Marta Rodríguez da Espanha, uma mulher consagrada do Regnum Christi (grupo leigo dos Legionários de Cristo), então diretora do Instituto de Estudos de Mulheres Superiores da Universidade Pontifícia de Regina Apostolorum (dirigida pelos Legionários) em Roma, como primeira diretora do escritório para questões femininas no novo dicastério.
O Papa Francisco deverá fazer outras nomeações, também, provavelmente antes do Natal.
America - Tradução: Ramón Lara
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