sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Oitenta economistas pedem fim do investimento em combustíveis fósseis

 domtotal.com
Três quartos das emissões de gases de efeito estufa no mundo estão ligadas a combustíveis de energias fósseis.
Plataforma de petróleo na Namíbia
Plataforma de petróleo na Namíbia (AFP/Arquivos)

Cerca de 80 economistas de 20 países, entre eles os americanos Jeffrey Sachs e James Galbraith, pediram, nesta quinta-feira (7), o fim do investimento em combustíveis fósseis, numa declaração publicada na véspera de uma cúpula sobre o clima em Paris.

"Pedimos o fim imediato de todos os investimentos em novos projetos de produção e infraestrutura de combustíveis fósseis e encorajamos uma expansão significativa do financiamento de energias renováveis", indica a declaração assinada, entre outros, pelo ex-ministro e economista grego Yanis Varoufakis, por Ramón E. López, professor da Universidade do Chile, e por Charles Palmer, da London School of Economics.

"O presidente francês (Emmanuel Macron) e outros dirigentes indicaram a necessidade de um maior apoio financeiro para as soluções climáticas, mas não disseram nada sobre a outra parte da equação: os financiamentos continuam sendo acordados para novos projetos de produção e de infraestrutura para carvão, gás e petróleo", segundo a nota.

Esses economistas destacam que tanto "as instituições de desenvolvimento, como investidores públicos e privados, têm a responsabilidade urgente e a obrigação moral de mostrar o caminho" para as energias renováveis.

Três quartos das emissões de gases de efeito estufa no mundo estão ligadas a combustíveis de energias fósseis.

Segundo estudos científicos, é preciso reduzir a exploração de reservas globalmente se o mundo quiser se manter abaixo do limite de 2ºC de aquecimento climático.

Macron convocou, nesta terça-feira, em Paris, uma cúpula sobre o financiamento das políticas climáticas, da qual participarão dirigentes políticos e instituições financeiras.

Diversas ONGs de meio-ambiente, como a 350.org, que organizou a publicação desta declaração dos economistas, convocaram uma manifestação no mesmo dia, sob o lema "Nenhum euro a mais para as energias do passado".


AFP

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