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Entre elas está a atriz francesa Catherine Deneuve que 'defende' a 'liberdade' dos homens de 'importunar'.
A atriz francesa Catherine Deneuve "defende" a "liberdade" dos homens de "importunar". (AFP/Arquivos).
Um coletivo de mulheres, entre elas a atriz francesa Catherine Deneuve, publicou um artigo de opinião na terça-feira (9) na França para "defender" a "liberdade" dos homens de "importunar" e de "se opor" à "campanha de denúncias" que surgiu após o escândalo Weinstein.
"O estupro é um crime. Mas cortejar de forma insistente ou desajeitada não é um delito, assim como o galanteio não é uma agressão machista", afirmam no jornal Le Monde uma centena de atrizes, escritoras, pesquisadoras e jornalistas.
Essas mulheres rejeitam o "puritanismo" que segundo elas se instalou após as acusações de assédio e agressão sexual contra o produtor de cinema americano Harvey Weinstein.
Consideram, ainda, "legítima" a "conscientização sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, sobretudo no âmbito profissional". Mas, afirmam, "esta libertação do discurso se transforma hoje no contrário: somos intimadas a falar como se deve, a silenciar o que irrita, e aqueles que se recusam a cumprir tais injunções são considerados traidores, cúmplices!"
Há homens que foram "sancionados no exercício de sua profissão, obrigados a se demitir, quando seu único erro foi ter tocado um joelho, tentado ganhar um beijo, falar de coisas 'íntimas' durante um jantar profissional, ou ter enviado mensagens de conotação sexual a uma mulher que não sentia uma atração recíproca", asseguram, falando de uma "onda purificadora".
"Enquanto mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo", afirma o coletivo, acrescentando que defende "uma liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual".
Em março passado, Deneuve, de 74 anos, gerou polêmica ao defender na televisão o cineasta Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor há mais de 40 anos nos Estados Unidos.
O artigo, assinado por uma centena de mulheres, provocou reações imediatas.
Em um tuíte, a ex-ministra francesa dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, lamentou "esta estranha angústia de deixar de existir sem o olhar e o desejo dos homens, que leva mulheres inteligentes a escrever enormes estupidezes".
Este é "um artigo para defender o direito de agredir sexualmente as mulheres e para insultar as feministas", denunciou a ativista Caroline de Hass.
AFP
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