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A cada gota de sangue vertida, a humanidade fica diminuída.
O sangue de Cristo se associa ao sangue daqueles e daquelas que são vítimas da história,
da nossa história tão injusta e desumana. (Reprodução/ Pixabay)
Por Felipe Magalhães Francisco*
Não ouso perguntar por quem os sinos dobram. O nó na garganta já antecipa a questão que sequer foi levantada. A cada gota de sangue vertida, a humanidade fica diminuída. A busca pela garantia dos Direitos Humanos é uma tarefa árdua e cotidiana: precisa ecoar, ininterruptamente, em nosso meio, sobretudo nestes tempos nos quais estamos imersos, onde há tanta sombra. Todos os dias, milhares de vidas, em todo o mundo, são ceifadas vítimas das tantas injustiças que nos acometem. No Brasil, os dados são alarmantes, revoltantes e angustiantes. Em meio a uma multidão anônima, que nasce e morre silenciada, há aqueles e aquelas que se tornam símbolo da luta pela liberdade total do ser humano. A luta de Marielle Franco é a nossa luta! Tem que ser!
“Até quando, Senhor?” é o grito do salmista, ao qual nos irmanamos. É o grito do Cristo, cujo sangue se associa ao sangue daqueles e daquelas que são vítimas da história, da nossa história tão injusta e desumana. Os sinos continuam a dobrar. Seu barulho é ensurdecedor. Por isso, nesta hora – e tão somente agora! – calamo-nos, ouvindo o grito que brota do chão, marcado por tanto sangue inocente.
*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). Escreve às segundas-feiras. E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.
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