sexta-feira, 16 de março de 2018

Jornais europeus especulam se assassinato de Marielle Franco teve motivação política

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The Guardian salienta que a vereadora era "conhecida por criticar a atuação da PM e a intervenção.
Execução de Marielle Franco repercute em vários países da Europa
Execução de Marielle Franco repercute em vários países da Europa (Tania Rego/ Agencia Brasil)

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O assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, na noite de quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, repercute bastante na imprensa europeia desta quinta-feira (15). Os jornais especulam se o crime foi político.

O jornal britânico The Guardian destaca em seu site que dois homens dispararam diversas vezes contra o veículo e tinham claramente Marielle como alvo. A vereadora de 38 anos era uma célebre militante negra, de esquerda e defensora dos direitos humanos, diz o Guardian. Especialista em violência policial, Marielle havia criticado no sábado a polícia por ser extremamente agressiva em suas ações nas favelas do Rio, salienta o jornal britânico.

"Os agressores fugiram sem levar nenhum dos pertences das vítimas, o que reforça as suspeitas de que o único objetivo era matar Marielle Franco", diz o site do jornal português Público. O jornal salienta que a vereadora era "conhecida por criticar a atuação da Polícia Militar e a intervenção do Exército brasileiro" no Rio de Janeiro.

Vasta comoção

Na França, o site do jornal Le Parisien destaca que o assassinato de Marielle suscita uma vasta comoção no Brasil. Destaca também que a Ong Anistia Internacional pede uma investigação imediata e rigorosa sobre o assassinato da vereadora.

O governo federal e estadual denunciam o assassinato e prometem trabalhar para encontrar os responsáveis pelo crime. Embora tenha sido uma forte crítica ao governo Temer, o PSOL declarou que a militante não teria mencionado nos últimos tempos ter sido alvo de ameaças, diz Le Parisien.

O site do jornal Le Figaro destaca que manifestações são organizadas por meio das redes sociais no Brasil para protestar contra o assassinato de Marielle. Um dessas iniciativas denuncia um genocídio dos negros no Brasil. Le Figaro diz que Marielle foi assassinada quando voltava do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, uma roda de discussão no centro da Lapa.

O jornal americano The New York Times também destaca o assassinato em seu site. Integrante de um partido de esquerda, a vereadora se destacava pelo trabalho social que realizava, sendo "a quinta a receber o maior número de votos nas eleições de 2016", escreve o diário.

New York Times também indica que a segurança do Rio de Janeiro está sob o comando dos militares há cerca de um mês e também  que Marielle não poupava críticas à violência policial. Um dos últimos tweets dela, no sábado, tratava exatamente desta questão. "Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu a vereadora em sua conta no Twitter.

Rádio França

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