Balas 9 mm mataram 17 pessoas em Osasco e Barueri em 2015. Polícia não conseguiu rastrear se elas foram desviadas ou roubadas de algum batalhão.
Por César Galvão, TV Globo
16/03/2018 14h54 Atualizado há menos de 1 minuto

Munição usada nos assassinatos de Marielle Franco e do motorista foi vendida à PF em 2006
As munições calibre 9 mm que mataram a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes são do mesmo lote de parte das balas utilizadas na maior chacina do estado de São Paulo. Os assassinatos de 17 pessoas ocorreram em Barueri e Osasco, na Grande São Paulo, em 13 de agosto de 2015.
O lote em questão é o UZZ-18, como revelou com exclusividade o RJTV 1ª edição nesta sexta-feira (16). Segundo a Polícia Civil do Rio, esse lote foi vendido à PF de Brasília pela empresa Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822.
A Polícia Civil do Rio já descobriu que a munição é original -- ou seja, não foi recarregada. Isso porque a espoleta, que provoca o disparo da bala, é original.
Os agentes chegaram a essas conclusões após a perícia. Agora, as polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime.
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Debate onde estava Marielle pouco antes de ser assassinada (Foto: Reprodução/Twitter/@mariellefranco)
Chacina
Munições desse lote também foram usadas na chacina de Osasco e Barueri. Durante a investigação do crime, a Polícia Técnico-Científica de São Paulo descobriu que todas as balas usadas pelos assassinos eram calibre 9 mm de cinco lotes diferentes da CBC: BIZ-91, AAY-68, BAY-18, BNT-84 e UZZ-18.
O BIZ-91 foi adquirido pelo Exército; os AAY68 e BAY18, pela Polícia Militar de São Paulo; e os BNT84 e UZZ18, pela PF.
A polícia de São Paulo não conseguiu rastrear se essas balas foram desviadas ou roubadas de algum batalhão.
Três policiais militares e um guarda-civil foram condenados pela chacina. Segundo a acusação, eles cometeram os crimes para vingar as mortes de um PM e de um GCM.
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