quarta-feira, 18 de abril de 2018

Greenpeace: recifes amazônicos em áreas petroleiras da Total no Brasil

domtotal.com
Os pesquisadores descreveram a área recém-explorada como uma região de rodolitos, algas coralinas que compõem o habitat dos recifes.
Imagens dos recém-descobertos corais da Amazônia. (Divulgação/ Greenpeace)
Um ativista da Greenpeace protesta contra uma exploração petroleira em uma zona de recifes de coral na Amazônia, em frente à sede da companhia francesa Total no Rio de Janeiro, Brasil, em 28 de setembro de 2017.
Um ativista da Greenpeace protesta contra uma exploração petroleira em uma zona de recifes de coral na Amazônia, em frente à sede da companhia francesa Total no Rio de Janeiro, Brasil, em 28 de setembro de 2017. (AFP)

A ONG ambientalista Greenpeace afirmou nesta terça-feira que o recife de coral descoberto na foz do rio Amazonas, ao norte de Brasil, se estende também por áreas onde o grupo francês Total pretende buscar petróleo.

A formação coralina de água doce foi descoberta em 2016, mas agora cientistas a bordo de um barco do Greenpeace constataram "evidências" de que sua extensão é maior do que pensavam e abrange áreas de prospecção da Total, a 120 km da costa norte do Brasil.

"A descoberta prova a existência de uma formação de recife na área e invalida o Estudo de Impacto Ambiental da Total, que afirma que a formação de coral mais próxima está a oito quilômetros de um dos blocos de petróleo", detalha o comunicado da ONG.

Contatada pela AFP, a Total se negou a fazer comentários.

"Agora que sabemos que a extensão dos recifes se sobrepõe ao perímetro dos blocos da Total, não resta outra opção ao governo brasileiro que negar à companhia a licença para extrair petróleo na região", afirmou Thiago Almeida, chefe da campanha "Defenda os corais da Amazônia" da Greenpeace.

Os pesquisadores descreveram a área recém-explorada como uma região de rodolitos, algas coralinas que compõem o habitat dos recifes.

"Quanto mais pesquisamos sobre os recifes do Amazonas, mais descobrimos. Ainda sabemos muito pouco sobre este fascinante ecossistema, mas o conhecimento que temos até agora indica que a extração de petróleo nesta área poderia danificá-lo seriamente", acrescentou o oceanógrafo Fabiano Thompson, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A Total se associou em 2013 com a britânica BP e a brasileira Petrobras para comprar blocos de exploração na foz do Amazonas. Mas ainda não obtiveram a autorização das autoridades para iniciar o trabalho.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) fez um grande número de observações ao estudo de impacto ambiental da Total, em particular sobre a possível dispersão de poluentes na área que pretende explorar.

O governo suspendeu até 2019 o processo de licitação à espera de uma conclusão do processo de licenciamento ambiental.

AFP

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